sábado, dezembro 24, 2005



E porque a vontade que seja Natal todos os dias só nos assole nesta quadra, aqui fica o meu desejo de que passemos a nos lembrar menos disso nesta altura do ano e mais vezes durante o dito.


A todos vós um
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Curiosidade



Haverá ('Haverão', risca-se) imperativos para tais acontecimentos coexistirem praticamente na mesma altura do ano?

- Chanukah
- Natal
- Ramadão

____________________________

Adenda às 22:54 de 25 Dezembro:

Mais uma correcção recebida via e-mail.
''... o Ramadão não calha sempre nesta época. Calha quando calha. Pode ser no Verão, na Primavera ou no Outono. O calendário islâmico é de meses lunares. Não se encaixa no nosso.''

Sempre a aprender :-)

quinta-feira, dezembro 22, 2005

Um Déjà vu escarlate?




Ou uma vontade muito minha de pregar partidas ópticas?
Não. Estes não são os meus tomates. Esses canalizaram-me os sentidos para a volúpia carnal; para o efervescer de almas em burburinho.
Estes aqui, são os dióspiros da minha mãe.
Os que me devolvem o sereno das visões nortenhas que tenho das árvores desnudas de ramaria mas paridas de frutos. Todavia cheiros, sim. A fertilidade.

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terça-feira, novembro 29, 2005

As árvores e eu



Uma cumplicidade assombrosa.


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quinta-feira, novembro 24, 2005

Deriva




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domingo, novembro 20, 2005

Espinhos



O complemento da rosa.
Um jovem, nos seus vinte e poucos anos, de aparência saudável, ali à saída da auto-estrada acolhia todos com esta mensagem, enquanto paravamos nos semáforos.
Não tive coragem de lhe tirar a foto pela frente; nem coragem nem atrevimento. Num pedaço de papel rasgado a uma caixa qualquer, tinha escrito o seguinte:

HUNGRY
AND
BROKE

ANYTHING HELPS


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sábado, novembro 19, 2005

Labirintos



Certos caminhos.
O que outrora nunca se me apresentou como tentação - sempre foi fácil recusar, virar costas, evitar -, aparece agora como um fantasma a pairar sobre mim.
E a solução parece que vem, na verdade, de dentro para fora.

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segunda-feira, novembro 14, 2005

Etimologia emalhada




São aquelas cenas de profundidade que me encantam.
O usar não é o bastante; preciso saber porquê, como, e, acima de tudo, de onde.
Há quem se ria até desta minha tendência de especificidade - mas sobretudo ri-se comigo -, é deixar. Haverá algum dia de dar frutos.
Começou com a beca (não confundir, atenção), seguiu-se-lhe o coche que levou consigo o tótil e bué, passando pela queca (atenção, não confundir) a bazar.
Uma diversidade abardinada.

Lembrei-me dele e até lhe pedi ajuda porque sei que o homem percebe do assunto.
Admirei-me de bué estar catalogado na Priberam e de otário ser visto como rasca neste dicionário.
Mas e todas as outras? Donde vêm elas?... qu'é da raíz das ditas?

quinta-feira, novembro 10, 2005

Absurdo dos absurdos



Adjectivos não lhe faltarão, tenho a certeza.
Numa altura como esta, em que várias partes do mundo se vêm a braços com a das Aves, não deixa de ter a sua comicidade ao lermos hoje semelhante artigo.
Uma cruzada de bonecos que se seguem uns aos outros sucessivamente.
Há sempre um que se sai com a ideia e lidera a pesquisa--os vizinhos a sul--, estes quase sempre os farejam de perto e abocanham logo o rabo do outro. Quem se seguirá?
Que sim, que são pesquisas de laboratório, dizem eles.
Que sim, que há sempre imprevistos como o do leite derramado, digo eu.


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Foto tirada ao jornal The Ottawa Citizen

Nota: Ainda estou boquiaberta com o facto desta notícia ter saído 'cá para fora'.

segunda-feira, novembro 07, 2005

Conexões bizarras



Nunca tal se me apagou da memória e já há dezassete anos que lá mora.
Vi-a pela primeira vez poucos dias após ter aqui chegado e logo que esse primeiro olhar poisou, tive a estranha sensação de que o mar se havia estreitado e a saudade podia ser estrangulada num pulo, como quem atravessa um regato.
Estranhas associações a que a mente se dedica.


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sábado, novembro 05, 2005

Pesca diária



Reunião de letras que me provoca maremotos estomacais:

- Deslarga-me!

terça-feira, novembro 01, 2005

Esta ofereço eu



Para os arquivos da SIC Notícias.
Isto sim, é uma espécie que foi analisada e que por sinal esqueceram de mencionar, está bem de saúde.
Deixem lá estar os patinhos do parque D. Maria II em paz; que esses têm tanto de selvagem como... de pássaros.
Sempre às ordens (da clareza).

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quinta-feira, outubro 27, 2005

O tempo perguntou ao tempo quanto temp...



Um texto recente da Mamã, acompanhado de uma certa conversa 'gasolineira' de há dias, veio suscitar em mim um aprofundar de certa matéria que já venho a pôr os olhos em cima há uma data de tempos; quer em revistas, jornais ou em conversas tidas com outros pais.
''Quality time''.
É o quê, concretamente?
Todos concordam que deva existir.
Todos sabemos o que significa 'qualidade', e o que significa 'tempo', mas quando se trata de exemplificar este 'modo de vida', é que já não concedo que exista concordância da minha parte.
Não me venham com horários estipulados para se ter 'quality time' por algum psicólogo que provavelmente nem filhos tem, como quem determina o horário mais correcto para se jantar, brincar ou deitar.
Estou ciente que existem tarefas para as quais convem que sejamos pontuais--mas se porventura o não podermos ser, há sempre uma alternativa; se o autocarro passou, vamos a pé.
A flexibilidade evita muitas artérias congestionadas.
De maneira que, da minha boca, nunca os miúdos ouviram nem ouvirão a sentença ''Let's have some quality time together!''.
Mas não é preciso que eles me peçam para me sentar com eles na berma da estrada a ver o tempo mudar a cor das folhas, ou para lhes esfregar a cabeça enquanto fazem os trabalhos-de-casa, nem de resmungar com eles quando deixam as pastas e os casacos espalhados pelo chão da casa, ou deitar-me com eles--nem que já sejam adultos--até que adormeçam.
Dou-lhes tudo isto e muito mais. Só não me peçam para trespassar a vida com o percurso rígido dos ponteiros.

quarta-feira, outubro 26, 2005

Sobre livros



São tiradas destas que me mantêm presa a uma leitura, sempre à espera de mais:

<< His writing was a mechanical game, a solitary pondering on his own errors, but it was not--he thought--''creation'', for creation had to be inspired by love of someone who is not ourselves.>>

Umberto Eco in Foucault's Pendulum

segunda-feira, outubro 17, 2005

Fantoches e fantochadas



Não tinham as vozes alteradas.
Não pertubaram ninguém nem provocaram distúrbios - pelo menos a partir deles para o todo cá fora. Se nasceu algum distúrbio, foi só na mente de certos 'mirones'.
O único aspecto a apontar-lhes, seria sido de que não é permitido comer naquele local; somente a partir das caixas de registar. Assim lhes foi avisado.
Ou porque não gostou da cor verde do cabelo, ou do estilo 'dreadlock', ou então até das vestimentas e mochilas avolumadas, chamou o gerente os seguranças.
Não um ou dois, nem três ou quatro, mas seis!
Se calhar um para cada interveniente do caso. Sei lá bem, eu.
Lá dizia o sujeito '' I don't want them here again if they're not students... No, they're not allowed . Standing inside here eating, it's not allowed...''
Enquanto falava, abanava a cabeça muito peculiarmente, quase sem mexer o resto do corpo, como se de um fantoche se tratasse.
E a sua reza prolongou-se e apagava-se à medida que eu me ía afastando da caixa, do homem, dos seguranças. De tudo.
Sentada aqui ao longe admirei a cena sem saber qual o resultado imediato, e, secretamente, desejei que fossem estudantes.

quarta-feira, outubro 12, 2005

Lentes de Contacto XVI



Enquanto espero pela vindima, ando aos cucos por outras bandas (ou a enfardar de palha para o Inverno).


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quarta-feira, setembro 28, 2005

Dois casos a medir



Vêm por Dose e a Metro. Diária e gratuitamente desde há uns meses para cá.
Dois jornais (!?) a encherem as ruas, literalmente.
Não andei na recolha do lixo, nem formulei gráficos de entrada de dados, mas, a peso de olhos, diria que existe para aí um aumento de 90% de sujidade por todo o lado onde se diz ser superfície.
As pessoas são as mesmas, o que mudou parece ter sido o 'poder de compra'.

Este já estava esquecido

Rascunhado a 7 Setembro 2005

Por ironia, ou se calhar não, o feriado de Labour Day marca o regresso à aprendizagem rotineira, o fim sazonal das noitadas a cinco, o ouvir de novo o tic-tac de algum relógio atirado há meses para um canto.
A linha de montagem volta a rolar.
Mochilas alinhadas no cabide da cozinha e lancheiras enfiladas no balcão à espera de serem atestadas. Este é o primeiro ano em que elas atingem o expoente máximo na conquista ao título numa competição que lhes é completamente desconhecida.
Não lhes quero abrir os olhos; quero que eles o saibam fazer por si mesmos e que eu saiba onde traçar a linha, aquela que separa a minha da vida deles.


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quinta-feira, setembro 22, 2005

Lentes de Contacto XV



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A cor de um Verão que teima em ficar.

segunda-feira, setembro 19, 2005



Será de confiar no trabalho duma professora que escreve na agenda de um aluno:

«Daniel needs is duotang for French.»


Eu bem tinha dito que me apetecia matar alguém...

sexta-feira, setembro 16, 2005

Da gaveta de dentro - III



Há pessoas com um espantoso poder de síntese.
Num só olhar transmitem anos de frases amarelecidas pelo tempo.



(escrito hoje; a visão é de algures, no futuro)

quinta-feira, setembro 08, 2005

The twilight zone

Hoje, veio-me à memória um desses episódios quando acabo de desligar o telefone após ouvir esta mensagem:

We're sorry, the number you have reached, is not in service. Please check the number or try your call again. This is a recording.

Segundos antes, tinha, eu mesma, levantado o ascultador para atender uma chamada vinda desse mesmo número. É certo que não houve voz do outro lado, mas senti o telefone ser pousado após uns segundos a ouvir-me dizer Hello.
Será fiável o serviço de Call Display?

sexta-feira, setembro 02, 2005

Sepia



Quando o mais pequeno monossílabo emperra e custa a sair; quando o abandono às palavras se troca pelo abandono delas, os olhos insistem em se cravar no tecto branco de relevo picotado, onde se desenham todas as obras imaginadas, entrecortadas com a sombra do dia.
Enterram-se no branco do tecto à espera de ver folhear os dias, um após o outro, em branco.

Olho de vidro



Constrois a tua derradeira fortaleza entre duas paredes de vidro na procura, quem sabe, do sustento que talvez nem virá.


quarta-feira, agosto 31, 2005

Out of the blue



- Mã... is my anus really out there?
- Huh?... não! 'tá aqui, ó... (e dou-lhe uma palmadita no rabiote)
- No, not that one. I mean the planet...
- (risos)


(pela sequência do pensamento do David, deverá ler-se 'myanus', tudo pegado)

terça-feira, agosto 30, 2005

Paraíso II



Obra de Louis de Bernieres transposta em película pelas mãos de John Madden.
E que se rasguem cordas.
De bandolins ou de guitarras.

"When you fall in love it is a temporary madness."

In Captain Corelli's Mandolin.
Foto
daqui.

sexta-feira, agosto 26, 2005

Terra digital



Para quem gosta de voar, uma outra escolha para além do Google Earth:
Esta aqui

Bastante mais restrito nas opções que nos dá, com uma resolução que me deixou bastante a desejar por mais; tem, no entanto a vantagem de nos deixar sobrevoar livremente em qualquer direcção sem termos de clicar continuamente no cursor.
A minha escolha recaiu em Veneza. Foi aí que comecei o meu voo.

quarta-feira, agosto 24, 2005

Via larga



Trilhos. Carris a cheirar a óleo despoletam em mim pensamentos asneirentos. Daqueles que me levam a olhar para trás, por cima do ombro e soltar um sorriso matreiro num olhar semicerrado, desafiante.

24/05/2005


segunda-feira, agosto 22, 2005

Paraíso



É ter como colchão um fio de água que dá ao corpo a ilusão do levitar, e como agasalho este manto de estrelas que se desdobra noite fora perante o olhar.
São tão somente mnemónicas celestiais.
A ursa pode virar tenda de circo e o pastor faz bolas de sabão com o cachimbo.
São tão somente tudo aquilo que desejamos que elas sejam.
Em Arcturus é onde tudo começa.
É lá onde o meu olhar poisa primeiro todas as noites.
O meu ponto de encontro com a noite e na noite, onde vislumbro desenrolar um lindo fogo de artifício.

Ou será alguém que envia mensagens luminosas galáxia adentro?




Foto em

sexta-feira, agosto 19, 2005

Versehaikando



O saltitão de capa preta.
Dali para aqui, daqui para ali
Encosta-se perdido à pena.

__________________________


Adenda encolhida* à pressa:

«Thine creaky grotesque phallus is freaked out by some firm watermelons»

Vers n°74158 created by revert to the ways of old, loplop, Woab, pt001, riacho on the 19/8/2005


* Não é "escolhida", é mesmo aquela.


terça-feira, agosto 16, 2005

Baú de recordações II



Vilar de Mouros, Setembro 1988


Foto tratada em Foto Canvas, filtro Artístico, pintura a óleo.

sexta-feira, agosto 05, 2005

Se a Mattel descobre


Cá em casa, as Barbies, ao fim de poucos dias acabam, invevitavelmente, no fundo de uma caixa qualquer, encostada a um canto, todas elas sem excepção, completamente despidas, desgrenhadas e por vezes até com uns cortes de cabelo bem 'avant-garde'.
Resumindo planamente: Esquecidas.

Orgulho-me de nunca ter gasto um único cêntimo na compra de semelhante 'brinquedo'.


Colecção Verão 2005 - "Rolo e Papel"



Colecção Verão 2005 - "Pipecleaner"

quarta-feira, agosto 03, 2005

Com ou sem sombra

Se fosse de noite e eu estivesse de atalaia por detrás de um arbusto ou enterrada até aos joelhos na lama, com um pau e um saco pronto para lá o enfiar, eu até poderia jurar que estava à caça de gambozinos. Mas não. De noite, presumo que ele dorme, porque quem não dorme sou eu e nunca o vi na pilhagem a tais horas tardias.
Qual Donald a perseguir os incansáveis esquilos, pareço eu atrás desta marmota janota, sem espinhas nem escamas, mas muita perícia a escavar dezenas de buracos no quintal e espantosa rapidez a fugir desta outra marmota enfurecida por ver as ervilhas todas comidas.
E ainda tem o desplante de se coçar e limpar assim ao vivo e desarmada como quem não teme o inimigo.
Atesta-se e descansa.
Já não sei o que fazer.
Pedir-lhe discretamente que se vá, não resulta.
Enfiar-lhe uns pós de perlimpimpim, vai contra o meu ser.
Ainda acabamos os dois sentados a tomar chá das cinco e a jogar dominó belga.
E ainda há quem se regule por este animal, para prognosticar se o Inverno será prolongado ou não, e lhe dê honras de rei por um dia cada ano e de alto burguês durante todo o resto do ano.
Vá-se lá entender os bichos.

terça-feira, agosto 02, 2005

sexta-feira, julho 29, 2005

Baú de recordações I




Pouco levamos de peso na mochila: Muita amizade entre nós, audácia a multiplicar por dois, bom senso que baste, espírito de aventura para dar e vender.
O objectivo era chegar a Cerveira ainda de dia e assim o conseguimos.
De bloco-notas em punho, assinalávamos cada curva do caminho, cada gargalhada entre nós e a tristeza de não termos tido a companhia do terceiro elemento do grupo. Passaríamos muito facilmente pelos três-da-vida-airada se ele tivesse podido ir, como estava planeado, para finalizarmos em pleno o fim dos estudos e o começo do superior para alguns de nós. O culminar de um ano cheio de cumplicidades que se arrastam até os dias de hoje, com muito carinho.
A primeira boleia - que melhor poderiamos ter senão um camião? - levou-nos a cobrir uma boa parte do caminho, não posso agora precisar até onde.

Vou ver se descubro a metade do bloco que me coube para reviver um pouco mais de perto o último mês passado em terras lusas.

Vila Nova de Cerveira, 8 de Setembro 1988

sábado, julho 23, 2005

Objectos voadores bem identificados

Eu sei, soa bastante a mainstream.
Mas eu gosto.

Has someone taken your faith?
Its real, the pain you feel
The life, the love
You die to heal
The hope that starts
The broken hearts
You trust, you must
Confess

Is someone getting the best, the best, the best, the best of you?

(Foo Fighters)

Subtilidades onomatopeicas, sem movimentos corporais, a que uma mãe aos poucos se adapta (com alguma insegurança, diga-se).

- Queres uma torrada?
- ahaa!
- ... isso foi um sim?
- ahaa!
- ... com queijo?
- aha!
- hmm, aposto que agora foi um não!
- AHAA!



Muito atabalhoadamente saí-me com esta: De que a razão pela qual o Canadá, sendo o único país na "lista" de Bin Laden que ainda não foi atacado, poderá dever-se ao facto de que uma grande parte deles (terroristas) serem aqui treinados (gargalhadas internas), ou então porque este manancial de terra é um bom escorregão para as fronteiras americanas.
Houve quem não gostasse muito da minha primeira maluquice. Paciência.
Também eu não suporto pés que arrastam sem cansaço e mentiras de embelezar a aura, e no entanto, engulo-os.

quinta-feira, julho 21, 2005

Um 3M Post-it® escuro



(para me refrescar a memória futura)

Muito estranho.
Foram inscrições que desapareceram para dar lugar a uma só. Esta:
"Rip and encoded by Anton 200"
Pois então. Repousem em paz, onde quer que estejam.
Mas que estou muito intrigada, lá isso estou.

quarta-feira, julho 20, 2005



Não sei bem porquê, mas prevejo um enxurro.
(eh eh eh)

segunda-feira, julho 18, 2005

Com esta data




Completa-se mais um ciclo.
O quarto-que por sucessão, até é, na verdade o terceiro-ângulo deste meu círculo que culmina no vértice que sou eu, por enquanto, sentada no cume com uma cana de pesca.
Sim, os meus círculos têm ângulos, linhas, estendal com fartura e molas a acompanhar. Têm tudo o que eu neles imaginar.
Foi neste dia que mais um homem de fibra apareceu na minha vida, para ficar.
É Homem-Aranha, Superhomem, Homem-Elástico (se ainda não existe um, passa agora a sê-lo ele), todo ele sorriso, todo ele beijo lambuzado num perfeito 'O' alinhavado com a língua.

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(e mais não digo que a baba já não deixa escrever mais)

sexta-feira, julho 15, 2005


O tédio. O tédio. O tédio. O tédio. O
tédio. O tédio. O tédio. O tédio. O t
édio. O tédio. O tédio. O tédio. O té
dio. O tédio. O tédio. O tédio. O téd
io. O tédio. O tédio. O tédio. O tédi
o. O tédio. O tédio. O tédio. O tédio
. não há brecha que se vislumbre.
O tédio. O tédio. O tédio. O tédio. O
tédio. O tédio. O tédio. O tédio. O t
édio. O tédio. O tédio. O tédio. O té
dio.

quinta-feira, julho 14, 2005

Tempestade de Verão




São as minhas noites preferidas das noites quentes de Verão.
Essas que são tocadas, por horas a fio, pelas mãos do gigante tristonho e gentil.
Um violoncelo ou um violão.
As linhas horizontais, essas sim, as predilectas. Paralelas ao fio do horizonte, a uns 30, 40º deitadas ao longo dele.
Encasulo-me em frente à janela porque o momento é magnífico e ofuscante; aquele que me remete à minha insignificância, à minha pequenez e me embala num sono acordada.
Cansado o gigante, sente-se o ribombar terminar gradualmente para dar lugar ao violino da chuva, cadenciado, gracioso, como se fora lido na mais perfeita pauta de música.

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Foto daqui.

segunda-feira, julho 11, 2005

Lentes de Contacto - XIII




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Enquanto as notas de Chasing blue sky ressoam continuamente, evocando sombras enlaçadas a um tempo incerto.

sábado, julho 09, 2005

Hemoglobina



Estendi-lhe o braço e repousei-o no braço de madeira que lhes facilita o trabalho.
Se bem que eu e agulhas nunca tenhamos jogado de bem - nem sequer as de crochet, que custam a sair uma vez enfiadas - nunca tinha sentido aquele receio.
Acho que foi a antecipação.
Eu vi-lhe nos olhos dela. Vi a despreocupação de quem não é meiga a enfiar; os gestos que indicam o 'despacho'.
A minha desgraça é essa: a antecipação.
E mais uma vez, fez 'trrimm'. Doeu.
Com os olhos cravados num poster em frente "how to be a good parent" (ironia das ironias), ouço-lhe a voz que me pergunta se estou bem, que me acha tensa e que relaxe.
"Relaxe", foi como uma ordem e involuntariamente obedeci.
Assim que relaxei, diz-me ela, o sangue começou a correr; de outro modo nada saía.
Estranho. Nunca tal me tinha acontecido.
O duplo A em relação ao poder inconsciente da mente: Assusta-me e atrai-me.

Cerco ou acerto



Numa era, como a nossa de hoje, em que transpiramos tecnologia por todos os poros, fica difícil de acreditar que se possa estar tão isolado do mundo que nos rodeia, do modo como eu me entrego por inúmeras vezes.
Não fora a curiosidade em saber a razão de ser do "Em Estado de (rosa) choque", e não teria ficado a par dos acontecimentos londrinos tão cedo.
Estará o cerco a cerrar-se?
Será que no próximo alvo, vou ter conhecimento dele de um modo mais imediato?
E depois pus-me a pensar: Será que os africanos necessitados saberão o que é o Live 8?

terça-feira, julho 05, 2005

Lentes de Contacto - XII



A ausência.
O trampolim imprescindível para se alcançar, de mão dada, lado a lado, o desconhecido.

Saltemos.

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segunda-feira, julho 04, 2005

Na troca de dor de dentes



Resultou isto:
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Deve ir desvairado da vida por esses confins fora, pobre coitado.
Meterem-se assim, deste modo abrupto, com a sua existência.
Era bom que os patos tivessem um dia licença para caçar quem o merece ser.

quarta-feira, junho 29, 2005

Lentes de Contacto - XI



No one can hear me, ’cause no one is around
But I still hear your whisper in the dark
I know I can go, I know I can leave whenever I please
But time is a jailer for me
(...)
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I shut out the light
Alone in the dark
This time of night
Is the hardest part
(...)

Time is a jailer - Anouk

Ao sabor da roda




Tomei aquela que fica a Sul, virei na direcção Oeste e regressei pela que fica a Norte, desta vez com rumo a Este.
Com alguns pequenos ziguezagues pelo meio, perfiz um grande "U" de hora e meia a pedalar. Com o objectivo alcançado, o rio, saborei o ar da noite mais agradavelmente fresco daquelas paragens, o cantar dos patos bravos entrecortado pelo de alguns cisnes, que fazem das margens a sua moradia.

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Ponte sobre o Rio Rideau @ Montreal Rd



Nota em suspensão permanente:
Ainda não consegui que alguém me desse uma explicação lógica, porque razão todos os edifícios governamentais, todos sem excepção, mantêm as luzes acesas durante toda a noite.
E não. Ninguém trabalha todas essas horas extras.
É algo que me causa espanto há já quase dezassete anos.

segunda-feira, junho 27, 2005

Mega Notícias



Teria eu ouvido 'west coast' e percebido 'east'?
É possível.
Mas também o é que tenha percebido perfeitamente bem.
E se assim o é, fico a magicar como podem ter feito assim um salto tão enorme, após terem traçado profecias sobre algo por vagos segundos, sem sequer aprofundarem as razões porque o fizeram.
Eu compreendo que a necessidade de atrair massas seja, possivelmente, ainda maior que a atracção que existe entre macho e fêmea - e nos dias que correm, nem só entre estes dois espécimes - mas há que manter uma certa coerência nos factos que se apresentam.
Nem tampouco ouvi mencionarem terramoto algum.

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Lituya Bay - Alaska



Nota: Mega tsunami de ondas gigantescas que atingiram a elevação máxima de 516 m na Baía de Lituya no Alaska, a 9 de Julho, 1958.

sábado, junho 25, 2005

Ranunculus



Foi naquele sábado que me decidi a ir. Já me andava a prometer aquele encontro há bastante tempo, e numa inesperada onda de euforia, qual adolescente antecipando o seu primeiro encontro, larguei mão de todas as tarefas a cumprir - umas 2, 3 horas, não fariam diferença, pensei.
A verdade é que já o namorava, à distância, há uma data de tempo. Fiquei-me por uma eternidade, naquela relação platónica, a do olhar, a do voltear a cabeça e pensar "quando...?".
Aquelas horas que se iriam seguir, seriam só minhas e dele; de mais ninguém.

Foi um dos primeiros a ser construído, aí por volta de 1949, na cidade do pós-guerra, com aquele glamour ainda visível nas fotografias espalhadas um pouco pelas paredes. Ainda conserva, e ainda bem, bastante da sua originalidade, não se aliando aos avanços da tecnologia: nada de cartões de crédito ou de débito, só a pronto pagamento.
Estaciona-se na rua, onda calha, sem direito a um actual costumeiro mega-estacionamento, práticos, sem dúvida, mas enfadonhos, monótonos até dizer chega, como quem estaciona o gado para a matança.
O cheiro a mofo, a antigo, impera no local e para o toque final assim que assentamos o olhar no todo da sala, deparamos com aquela portentosa cortina vermelha (sim, de tecido e não plástico!).

Só as pipocas me desiludiram.
Não que estivessem rançosas ou fossem moles, simplesmente porque nem deveriam de lá existir. Nunca compreendi como é possível alguém gostar de assistir a uma sessão e metralhar os dentes ao mesmo tempo créc, créc, créc, créc!
É como fazer amor e crochet ao mesmo tempo; nem se aprecia um, nem o outro, em todo o seu esplendor.

"The Ballad of Jack and Rose" foi o escolhido.
Era o último dia de exibição, de modo que me presenteou com um bom número de cadeiras vagas à escolha, e por conseguinte, muito poucos disparos pipoqueiros.
Foi muito bom rever Day Lewis. Mais maduro que naquela época, mas a sua postura muito própria, continua a crescer pela positiva.
Ele é, para mim, sinónimo de uma viagem de comboio, dum encontro à entrada num qualquer cinema do Porto, de Kundera, do entrelaçar de mãos, da pele morena sob o vestido de aldogão amarelo, do cheiro a maresia com o conversar sobre o filme entrecortado de beijos dados sem promessa alguma...

Daqui a uns idênticos 17 anos, os mesmos que me distanciam desse Lewis, serão outras as lembranças, muito diferentes, é certo, nas quais predomino eu como personagem principal. Acho sempre triste sair do cinema sem ter com quem trocar impressões vivas do momento ainda quente, mas foi uma experiência fantástica ter ficado na incógnita, e invisível ao mundo que me rodeou enquanto o filme rodou.
Há que repetir a façanha e de preferência no horário nobre: o da noite.

sexta-feira, junho 24, 2005



Acabei de medir o pó acumulado em cima do monitor:
2 milímetros.

Só aos 5 é que o limpo. Dá mais gosto.

Lentes de Contacto - X



Quando os sonhos se vão
as lágrimas tomam o seu lugar,
fertilizam solo
para uma nova vaga de sonhos,
mais maduros,
mais tangíveis,
mais reais.


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terça-feira, junho 21, 2005

Pedido bizarro



Era uma sala cheia de gente, que poderia ser um café, uma classe, uma festa, um amontoado de sons. Ouve-se um toque, repete-se, remexem-se mil bolsos e, mesmo sabendo que não era o seu, todos o abrem e encostam ao ouvido. De volta ao bolso com um ar desiludido, aquelas mil caixas de fósforos.
Há um braço que se estica no ar, um rosto que se assemelha ao da minha mãe e me diz "É a tua mãe".
Fico confusa.
"Sim?"
Afinal a ligação era uma tele-conferência(*) a três menos um, pois a voz da minha mãe nunca a cheguei a ouvir. Só a dele. Tão nítida como nunca a tinha ouvido sob tal estado. "Escuta", ou teria sido "Ouve", não importa agora; o pedido sim, esse é que me deixou ainda mais perplexa. "Quero que me pintes um biombo", pasmada, cada vez mais pasmada, "pintado como aquele quarto..." (qual quarto, penso agora eu?), "sim, aquele de que já falamos".
E eu que sim, que me lembrava perfeitamente.
Naquele instante a memória é mais elástica que nunca, lembra-se de todo o pormenor, passado ou futuro.
Aponto medidas, esboço traçejados e nisto sinto a voz que se vai.
Chamo por ele mesmo sabendo que já não me ouve, mas estranhamente, o nome que sai não é o dele. É o do irmão.
Regressa o barulho que até então se tinha espantosamente esfumado. Olhos que se apontam para mim.

Sobressaltada, vejo a custo as horas, quase oito, estou atrasada. Os pés de chumbo arrastam-me os ossos doridos e músculos fatigados.
É sempre assim que me sinto após uma noite fértil.


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(*) palavra inventada por necessidade fantasiosa.

sábado, junho 11, 2005

mea petra e non culpa



Ao todo são doze.
Aí pelo quinto, sexto já se começa a sentir o frescor, o enlace húmido nos dedos, nos tornozelos, nos joelhos...
Ah! Pedras, benditas pedras.
Como vos amo.

quinta-feira, junho 09, 2005

Sombras na parede




Era deste modo que os adormecia.
Cabiamos todos juntos, à mão cheia na mesma cama, os cinco bem à larga, tal era o tamanho aconchegante dos seus corpos. Criou-se uma rotina suave, melodiosa que incitava o cair pesado das pálpebras.
Bryan Ferry soava na minha mente e eu ressoava o som para eles, ali no quarto.

Take the ribbon from your hair
Shake it loose and let it fall,
Lay it soft against your skin
Like the shadows on the wall
Come and lay down by my side
Till the early morning light.
All I'm taking is your time
Help me make it through the night


Com o passar do tempo a rotina mudou, e esse som desapareceu aos poucos, dando lugar a outras rotinas mais próprias ao avançar da idade deles.
Ontem relembrei-me desses minutos ao fim do dia e o som saiu de novo.
Mas o David...


- Mã, please. Stop singing. My eyes are wet...

quarta-feira, junho 08, 2005

Convergere



Entre pesquisas googlianas que cá deram à costa e os meus pensamentos-bolha, convergiu esta minha ideia de comemorar este dia.
6, 7, 9 ou 10.
De pouca importância se reveste ser um dia preciso. O essencial são as memórias que abrangem esta data.
O que, ou quem, pretendo homenagear, paira-me à volta revestido de uma certeza indecisa.
O que sei ao certo é que este dia, e os que o circundam, me são por demais importantes, pois gravaram em mim lições inesquecíveis, as quais levarei encadeadas a todas as outras pelos meus dias adentro.

Assim como nascem, assim se vão, as flores que desabrocham no jardim. Intactas.
Saboreio-as com o olhar, deixo que vivam os seus dias sempre presas à terra que lhes dá força e aprendo com elas, o que cada uma tem a ensinar.
No fundo esta dedicação vai para as flores com que me tenho cruzado na vida; aos acasos fortuitos, inesperados e inesquecíveis que esta vida me tem presenteado.

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segunda-feira, junho 06, 2005

SadMan



Costumava fazê-lo nas sombras com que se revestiam as paredes, no picotado do cimento em qualquer superfície, nos azulejos onde fixava o olhar, nos nós e tracejados da madeira, mas nunca nas nuvens.

Até hoje.

Foi uma questão de segundos somente, mas bastou para que o visse.
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Show me the world, SadMan.

domingo, junho 05, 2005

Procurando o arco-íris



Chega sempre assim.
Tão súbito como a sua partida.
Traz sempre consigo temperaturas escaldantes e húmidas, trovoadas repentinas com chuvadas entremeadas, e o chorar das gaivotas pela falta da maresia.
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Never a dull moment!

quinta-feira, junho 02, 2005

Ecos



Á medida que a temperatura descia pela noite dentro, e o bafo de ar se tornava visível, o cheiro da caruma a queimar ao relento e o seu distinto crepitar que lança pirilampos pela noite fora, emergiam, da escuridão da memória, em proporção inversa à descida, certas passagens antigas "Quantas camisolas trazes hoje?", "Quatro!", "Ah... eu tenho cinco!!... e meias?".
E a geada pelas manhãs no vale do Ave.


Ecos desaparecidos de um tempo, reunidos no baralho de âmbito alheio.
Memórias em que os olhos se estendiam na passadeira do futuro, encontraram-se ali, neste tempo onde os olhos se voltam para a escadaria do passado.
Em quase nada se relacionam senão pelo ser comum.
Misturas num (e de um) caldeirão que, ora aquece, ora arrefece.

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Bon Echo

segunda-feira, maio 30, 2005

À cata de vento



So close, no matter how far


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Metallica

sexta-feira, maio 27, 2005

Novo ponto de referência



Das mesmas mãos de onde saiu Arch of Hysteria, recebemos de presente

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Maman e os seus vinte e seis ovos de mármore.
Algo como 9.25 metros de bronze e uns $3.2 milhões (e não falo de teias).

press release
Maman ao vivo.

quinta-feira, maio 19, 2005

Expressões

Não me considero uma crítica de belas artes, a análise que lhes possa vir a fazer é puramente baseada numa certa relação 'amorosa' que enceto quando vejo obras que me toquem, cá dentro. Por essa razão, tenho uma certa dificuldade em aceitar como arte todas as obras que vejo serem exibidas, mesmo se tratando de galerias ou museus conceituados.

Caixas de cartão empilhadas, árvores artificiais com luzes e paineis, uma dezena de altifalantes de um palmo quadrado, 5 de cada lado das paredes de um corredor a soltarem gemidos diferentes; tudoisto para mim não tem nenhum significado.
Mas se calhar sou eu. Sem a sensibilidade para lhes apreender a beleza que possam ter.

Por isso achei como mais conveniente e atribuí esta minha medição privada, baseada no que cada obra me transmite, sem olhar muito a críticas profissionais.
O sentir-me bem com o que vejo.
Um bem estar perante a composição defronte de mim e procurar retirar dela alguma aprendizagem da época em que foi idealizada e trabalhada.

Aprecio obras nas suas mais variadas inclinações, mas tenho uma verdadeira paixão pelo Surrealismo e pelo Impressionismo.
Em relação ao primeiro, aproximo-me o mais que posso para assimilar cada detalhe na sua minúcia; e ao segundo, afasto-me, para lhe poder extrair toda a beleza de um olhar só, como me convém.

Sempre que posso, dedico-me ao museu mais perto que houver. Nesta minha última incursão, apanhei esta preciosidade. Quem diria que esta posição seja tão apreciada.

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Arch of Hysteria (1993) por Louise Bourgeois (Paris)
bronze, silver nitrate patina

domingo, maio 15, 2005

In the arms of god



Sim, a redenção tem sido lenta mas segura e sobretudo exercitada num fluido de extrema ventura, desde aquele grito "CLARO QUE TINHA QUE ME PICAR!"
Hoje o olhar recaiu sobre a página L4. As mais recentes gravações ali estavam e mesmo em foco, uma foto de Pepper Keenan em perfeita harmonia com a sua guitarra.

O novo som saiu e, segundo os entendidos, muita da qualidade das 4 sobre 5 estrelas, por muito estranho que possa parecer à primeira vista, se deve à revolução de George W. do após 9-11.

imperial hubris
unholy oxymoron
infinite contadiction
become the enemy and soon defeat yourself


(C.o.C. - in Infinite War)

They couldn't have done it without you, George W.

sábado, maio 14, 2005

Criando asas




Quero ir para Portugal criar galinhas no campo.

É este o mote de abertura idealizada. E de fecho, já agora. Sim, porque nestas coisas de decisões pesadas e contra-pesadas nos túneis sinápticos ao longo de tanto tempo, eu sou muito côdea e pouco miolo.
Nunca fui muito de pregar a vertebrados aquáticos, de modo que criar penas para conforto da alma parece-me ser a saída mais adequada.

sexta-feira, maio 13, 2005

Lentes de Contacto - IX



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- Conto-te sim da batalha de Aquinara, se me contares o que fizeste com os aneis de Urano...

terça-feira, maio 03, 2005

afinal...



já cá cantam!

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Hans Memling


E daqui veio a influencia para o "Man of Sorrows".
Encaixa-se perfeitamente.

Desequilíbrio



Nem sei que lhe chame.
Se hipocrisia, se inconsciência ou insensibilidade, se pura e simplesmente estupidez absoluta.

A conferência focava a FOME algures em África; as imagens que lhes meteram pelos olhos dentro, ainda eles mal se sentavam, não deixaram margem para dúvida. No entanto, o resto de comida que raspei dos pratos nessa noite, deixou-me um amargo cá dentro.

Os pratos da balança continuam porcamente empilhados de um lado e tristemente vazios do outro.

Miradouro a roçar a saudade



É procurar uma vida inteira por aquele embrulho onde o ser e estar contíguo, mútuo, se interligam, se equilibram, nos bons e maus momentos. Uma corrente dentada onde o encaixe de um é o receber do outro e vice-versa, sucessivamente.

É o chegar a pontos de visualizar que se encontrou essa engrenagem. Ali, mesmo em frente. Inconfundível.
Saboreia-se esta pequena vitória furtada ao acaso, com um esgar de dor cruzado com um sorriso bálsamo. Sente-se a frescura das nuvens que nos roça a face.

É um atirar de areia aos olhos, que nos confunde os sentidos. O pedestal-que nunca existiu-desaparece, para me ver de novo na estaca zero. Só que desta vez o zero está mais fundo. Muito mais fundo. E o chão que piso é mais movediço que nunca.

Não durou mais que uns segundos ou anos. O tempo dispensado é irrelevante.
Na memória ficou para sempre marcada essa dentada.

É fodida, a procura.
Mas mais fodido ainda é já não haver mais alento para procurar.

quinta-feira, abril 28, 2005

Numa nébula (eu)



Last time I talked to you,
you were lonely and out of place.

You were looking down on me,
lost out in space.

Laid underneath the stars,
strung out and feeling brave.

Watch the riddles glow,
watch them float away.

...

I know you're out there,
somewhere out there.

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Our Lady Peace

foto daqui

quarta-feira, abril 27, 2005

Bem...



... é que isto tem certos contornos que são, no mínimo, indescritíveis!

Já não me acontecia há um ano, mais ou menos.
Voltou-me a acontecer hoje, precisamente quando abro o 'word' para escrever o post anterior.
Resta dizer que utilizo esse programa bastantes vezes, mas neste prazo de um ano, tal não voltou a acontecer até hoje.
Eis a mensagem:

"You should never dive into murky waters."

(...)


A outra mensagem não era idêntica a esta.

São Malaquias



Já lhe dei umas voltas, não muitas porque me é difícil observar com precisão a veracidade ou não de tudo isto, mas algumas, e ainda não consigo ver qual a relação que existe entre «Gloria Olivae» e o homem que personifica Bento XVI para que se possa afirmar com tanta convicção que a profecia foi, de novo, cumprida.

Serei só eu a não ver?

Outro aspecto em que me detenho:
- Se as profecias estão ao alcance de todos aqueles que votaram, não será natural que queiram proceder em harmonia com as ditas, para conferir à igreja os seus dotes de sobrenatural?


Se formos a crer então, na veracidade destas profecias, estamos perante o fim de algo.
Algo que, como é costume numa profecia, nunca é devida e objectivamente indicado--como convém e mandam as "regras"--para que a vestimenta possa servir em vários corpos.


Não quero com isto refutar tais profecias--não acredito nem deixo de vir a acreditar.
Só quero é ver mais claramente algo que se me depara turvo.

Mais aqui.

terça-feira, abril 26, 2005

The Sphere



Imaginei agora mesmo outra face neste berlinde enorme onde vivemos.
Uma face que nunca sentiu rasgarem-se em si as descobertas marítimas:
Portuguesas, espanholas, holandesas, inglesas ou...
Nenhuma existe neste momento imaginado.




E nesse meu ver, a visão é: SUBLIME.


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segunda-feira, abril 25, 2005

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quinta-feira, abril 21, 2005

Ajuda é precisa (e muito!)


Em relação a ler jornais ou revistas, eu tenho uma peculiaridade--e digo isto porque nunca me cruzei com mais nenhuma alma que assim o faça--que é o seguinte: começo sempre pela última página.

Não compreendo muito bem esta minha maneira de ser, mas não estou de momento interessada em aprofundar o assunto.

Ora, numa das minhas últimas excursões "magazineiras", deparo-me, logo ali na contra-capa, com esta foto que mais abaixo insiro.
Não deixa de ser interessante o facto de mudarem a secção 'Comics' (de uma revista que nem sequer a tem!) para tal posição de destaque.

Transcrevo aqui uma pequena parte do anúncio, mas para quem tiver maior curiosidade e, quiçá, queira alargar os cordelinhos da sua bolsa e socorrer tais famílias necessitadas, cá vos dou a passagem.

"Through Unmet Needs, families receive aid for things like home and auto repairs, child-care, emergency medical expenses, even mortgage and rent payments.

(...)

100% of your donations goes directly to our military families in need."

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NOTA importante:

Se por um acaso eu deixar de 'pastar' por aqui, agradecia que avisassem a minha mãe para vir tomar conta dos miúdos. Com tantos tradutores online, apesar de facciosos, nunca se sabe por que estepes se passeia este 'big neighbour' adorado.

segunda-feira, abril 18, 2005

Cadeia de Literatura



Pelas mãos do Manuel, veio aqui ter uma das pontas desta corrente.
Não duvido que ajude quem nos lê, a ter mais um pouco de conhecimento a nosso respeito.

Não podendo sair do Fahrenheit 451, que livro quererias ser?

- Muito sinceramente, não me consigo ver a memorizar letra a letra o conteúdo de um livro, como forma a resistir contra o 'sistema'. Lá haveria de arranjar maneira de lutar contra ele de uma outra forma.

Já alguma vez ficaste apanhadinha(o) por um personagem de ficção?

- Nem por isso. Tenho, por vezes, vontade de lhes mudar o rumo dado pelo seu autor, mas nunca a pontos de me deixar apanhar por um personagem. Deixo isso a cargo dos da realidade.

Qual foi o último livro que compraste?

- "Lady Oracle", de Margaret Atwood por imposição escolar.

Qual o último livro que leste?

- Um livro infantil de nome "Big Al" sobre um peixe muito amigo mas de aspecto assustador, de quem todos os outros peixes costumavam fugir com medo.

Que livros estás a ler?

- Comecei o de L. Antunes "Eu hei-de amar uma pedra", mas está em fase de ponto-morto e leio também uma compilação de 'short stories' com nomes que vão desde Edgar Allan Poe, passando por James Joyce, Nathaniel Hawthorne, Herman Melville, Steven Leacock, Alice Munro, entre muitos outtros, e acabando em Russel Smith.

Que livros (5) levarias para uma ilha deserta?

- Gostava bastante de ler Miguel Esteves Cardoso (qualquer um dos seus livros), mas não tem necessariamente que ser numa ilha deserta. Se bem que num local desses, duvido que me dedicasse inteiramente à leitura, preferindo, de longe, explorar o local.

A quem vais passar este testemunho (3 pessoas) e porquê?

- Passar, eu passo, só não sei se teremos algum feed-back :-)
Portanto, as minhas pontas passo-as:

- ao Dragão;
- ao Scum e
- aos Tapores (qualquer um deles ou até todos ao mesmo tempo--seria lindo ver tais respostas agrupadas).

Porque lhes aprecio bastante a escrita. São três estilos completamente diferentes.

Uma lição



Aprendi-a ontem.
Uma lição a aplicar em qualquer relação amorosa ou de 'encosto'.
Algo que já deveria ter vislumbrado há pelo menos uns nove anos, o que me teria poupado muitos dissabores e montanhas de desilusões.

Nunca deveria envolver-me numa união, que não tivesse tido o seu começo com base na agressividade.
Não necessariamente gerada entre os dois intervenientes (também, mas não obrigatoriamente) dessa futura união, mas sim que servisse de palco a esse primeiro encontro.
Só assim se saberia se as posições tomadas por cada um dos dois, face à tal agressividade, se coaduna ou não um com o outro e isto é, a meu ver, de desmedida importância.

Quem diria...



... que eles são de tão fácil acesso como qualquer um de nós, mortais.

quarta-feira, abril 13, 2005

São estados



Sinto-me pequena.
Minúscula.
A pedra que um dia fui--ou pensei ter sido--desfaz-se a passos largos em pó.

Olho em volta e o que mais vejo são seres que se dizem alados.
Com elas quebradas, inteiras, no descanso, em todo o seu esplendor ou cansadas de se propalarem, mas têm-nas, as asas.
Sentem-se pelo menos donos e senhores delas e não se cansam de exaltarem com toda a força essa sua capacidade peculiar.
Retraio-me sobre mim mesma, tal é a inferioridade que me esbate, perante tais vantagens.
Eu não tenho sequer uma única pluma que me dê esperança de um dia poder, também eu, desaparecer no ar em pleno voo.

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É só um estado.
Mais um que atravesso.

Umas valentes horas a esfregar, tratar de roupa suja--pilhas infindáveis dela--refeições, trabalhos-de-casa, operações, acarinhar após quedas, acarinhar mesmo sem cair, etc, etc que até me assusto com a lista que já antevejo... farão com que adie, de novo, mais um pulsar freneticamente rítmico do que eu, no meu estado mais íntimo, sou.

terça-feira, abril 12, 2005