Se fosse de noite e eu estivesse de atalaia por detrás de um arbusto ou enterrada até aos joelhos na lama, com um pau e um saco pronto para lá o enfiar, eu até poderia jurar que estava à caça de gambozinos. Mas não. De noite, presumo que ele dorme, porque quem não dorme sou eu e nunca o vi na pilhagem a tais horas tardias.
Qual Donald a perseguir os incansáveis esquilos, pareço eu atrás desta marmota janota, sem espinhas nem escamas, mas muita perícia a escavar dezenas de buracos no quintal e espantosa rapidez a fugir desta outra marmota enfurecida por ver as ervilhas todas comidas.
E ainda tem o desplante de se coçar e limpar assim ao vivo e desarmada como quem não teme o inimigo.
Atesta-se e descansa.
Já não sei o que fazer.
Pedir-lhe discretamente que se vá, não resulta.
Enfiar-lhe uns pós de perlimpimpim, vai contra o meu ser.
Ainda acabamos os dois sentados a tomar chá das cinco e a jogar dominó belga.
E ainda há quem se regule por este animal, para prognosticar se o Inverno será prolongado ou não, e lhe dê honras de rei por um dia cada ano e de alto burguês durante todo o resto do ano.
Vá-se lá entender os bichos.
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