O mais funesto dos cancros: Globalização.
Segregação cabal.
terça-feira, março 20, 2007
Encontro-me de luto outra vez.
E outra vez por um dos mais novos, e em situação igualmente trágica como esta de há cerca de dois anos atrás.
Não sei que dizer.
E no fundo, infelizmente, só lhes vejo um padrão definido. Maligno.
Descansa em paz, Ricardo. Um beijo meu.
domingo, dezembro 17, 2006
Operação "Nariz Vermelho"
Versão 1:
- Atão... vai mais uma?
- Epá, é melhor não, vou conduzir.
Versão 2:
- Oh Manel, bebes outra?
- Hmmm, se calhar não. Sabes que vou caminhar.
Portanto, já deviam saber: Nesta quadra que atravessamos, se beberem -- demasiado --, não saiam do local onde se encontram.
sexta-feira, setembro 29, 2006
...
E vêm estas criaturas ao mundo para padecerem e expiarem as culpas dos pais?
Fotos de James Nachtwey.
Obrigada D.
quinta-feira, setembro 28, 2006
Sinais dos Tempos
quarta-feira, setembro 13, 2006
...
Um Re: de referência vazia no e-mail que agora mesmo li, vindo de quem veio, era um mau prenúncio. Foi sim.
E estou aqui perante este ecrã sem saber o que dizer, o que te poderei vir a dizer, para te consolar nessa dor.
Qual consolo, qual merda! Não acredito que haja palavra alguma que te, vos, consiga apaziguar a alma. Não há! Rolam-se-me as lágrimas, mas de pouco servem, só mesmo para anestesiar temporariamente a dor.
Tanta luta em vão, criatura mais linda, e sempre - assim mo disseram porque nunca tivemos o tempo de nossa feição para que nos conhecessemos pessoalmente - sempre guerreira de sorriso iluminado e obstinação ferrenha de viver.
Pouco mais velha seria do que a Verónica.
E pouco sentido farei hoje nestas linhas.
Desculpa-me, Carlos por nem sequer estar presente. Só num abraço vos poderia mostrar o quanto eu daria para que estas recordações não fizessem parte do vosso baú.
Re:
"this world was never meant for someone as beautiful as you..."
A Regina partiu no passado dia 6 de Setembro.
Vasco
domingo, setembro 19, 2004
A minha alma traja negro
À medida que as horas se alargavam, os meus passos pesavam cada vez mais com o crescente amontoar de pensamentos.
E foi-me muito difícil seguir o dia como se nada tivesse acontecido; aguentar as brincadeiras e o riso das crianças, que alheias a este sofrimento meu, continuavam no seu mundo de faz-de-contas habituais.
"Foi o Durão...", começou por dizer a minha mãe.
Durão! Nunca compreendi muito bem o que levou os teus pais a te colocaram este nome tão pouco usual como nome próprio e o mais interessante é que mesmo depois de to terem retirado (por lei), continuaste a ser Durão para nós.
Como se tratasse de um nome de código, afávelmente pronunciado, só entre nós, de um modo especial.
O que se seguiu naquela conversa telefónica, fez com que eu, por mais forte que tentasse ser, desabasse numa explosão de emoções que me paralisaram a fala. Tive que desligar apressada. Não consegui proferir nem mais uma palavra.
Quero saber: Porquê!
Não o porquê de teres sido tu (a essa pergunta sei que virá o derradeiro esclarecimento, mais tarde, um dia).
Tento é racionalizar o que se passou comigo, ali.
Sei tão pouco de ti e no entanto o choque foi tal que me abalou os alicerces.
Imagina tu!... nem a tua idade eu sabia!
Um puto que eras.
22 anos de sabedoria.
Teria sido porque senti em mim a terrível impotência que a tua mãe deve ter sentido, ao querer abraçar-te, tentando dar vida a esse corpo a que um dia lhe deu existência?
Será que foi por sentir que a ordem natural tivesse sido alternada e por conseguinte outros elementos deste "elenco familiar" a que pertencemos, também eles, poderão seguir o mesmo caminho?
(porra!... és - eras :-( - o segundo mais novo!!)
Ou teria sido por achar que tinhamos tanto em comum e nunca trocamos mais do que carinhosas palavras enquanto crianças?
Sim... acho que ficamos para sempre, com a imagem um do outro, pelo que fomos na infância.
Lembras-te... quando aí estive há dois anos, eu quis estreitar esses laços. Tornar-te mais chegado.
Vejo grandes semelhanças entre ti e a Jessica... sois parecidos física e mentalmente; por isso quis que fosses tu o padrinho dela.
Não deu para isso, paciência, mas fiquei bastante triste...
E porque a distância assim o permitiu, se me lembro de ti agora, vem-me à mente a tua figura de menino pequenino.
Lá aparecias tu com o avô na "carripana", a entregar as compras pela vizinhança.
De semblante muito sério para a tua tenra idade, adoravas ser o parceiro dele a jogar à "sueca".
Sabes... sempre admirei (e o orgulho em ti estava ali de mãos dadas também) como conseguia essa tua cabecita ainda tão inexperiente (devias ter uns 5 anos), memorizar aqueles naipes todos!
O vale do Ave viu-te crescer.
Coimbra acabou de te formar em Medicina.
Um emprego esperava-te no ramo que sempre te interessou.
E Ponte de Lima ceifou todos os sonhos.
Teus e dos que sabiam do teu potencial.
Foste precoce em vários aspectos da tua vida.
Até na morte.
Até um dia, querido primo.
(..........)