quinta-feira, setembro 02, 2004

Quills

Foi este um dos peixes que veio por arrasto no dia em que fui apanhada na teia de Cronenberg e tive a oportunidade de apreciar ontem à noite.

Garanto que valeu bem a pena ajoelhar-me ao nível da prateleira onde os "Q's" tranquilamente repousam, acumulando poeira, longe do olhar e mais perto dos passos apressados que entram e saiem num relâmpago, à procura dos filmes que encumeiam o top.

Como foi que traduziram o título para português?
Penas...? Plumas...?

Um "must", digo eu.
Para quem gosta de recuar no tempo e entremear-se na mentalidade de outroras tão longínquos que custa a acreditar que um dia era assim que se vivia e sentia.

A sempre presente dualidade sensorial/intelectual, que acompanha o desenvolver humano desde os primórdios.
Aliados? Inimigos?

Vibrei com aqueles fragmentos em que ele recorre a diferentes modos de materializar os seus pensamentos:

- O frango assado... o copo de vinho... os lençois;
- O espelho quebrado... o sangue dele que goteja com vida para dar por sua vez vida às suas letras;

Enfim... sublime mesmo e acho que fico por aqui senão ainda estrago a delícia de quem ainda não viu e poderá querer ver.

Só mais um detalhe... o filme retrata fracções da vida deste senhor.

2 comentários:

inconformada disse...

Não se traduziu :-)
Adoraste ? Também eu delirei !
E acabei a admirar o génio de alguém que será sempre ligado à depravação. Isto deve ser da idade :-)
Beijo

riacho disse...

Há sempre algo que se perde quando se traduz o original.
:-)

Foi mais que delírio!
Senti cá dentro a necessidade que ele teve em "deitar para fora"... senti-me cúmplice desse estado. Liiindo!