Foram quatro os anos de interregno da força laboral.
Entrei em acção no passado fim-de-semana e se bem que não tenha estado "inanimada" estes anos todos, o que é certo é que fiquei de rastos!
Benditos "patrõezinhos" que tive até agora; não me estafavam deste modo e sempre permitiam uns descansos intermédios a meu bel prazer.
Mas o corpo habitua-se de novo.
Agora... o que mais estranhei foi o que senti logo nos primeiros minutos assim que lá cheguei.
Eu, tão habituada que estou a proteger - ao mínimo indício de "perigo", o meu mecanismo de defesa emite logo uns arrepios pela espinha acima accionando o modo de "protecção/ataque" - eu, que estou sempre uns largos passos à frente deles, antevendo percalços; senti-me só, desarmada, frágil!
Ali, perante estranhos.
Será que afinal, em vez de ser eu a "fortaleza", são eles, os miúdos, que me permitem e me conferem esse estatuto?
Fiquei a matutar nisso...
E não é que hoje, por coincidência (ou não), sinto que mais umas penugens se fazem desaparecer para dar lugar a penas mais fortes que os sustentem e lhes permitam voar sozinhos e seguros.
Esta noite, terei menos uma face a quem dar um doce beijo e uns bracinhos rechonchudos a apertar.
Só hoje... a primeira.
Vou recorrer aos desenhos dela... aqueles a que ela com tanto empenho se entrega e dizer-lhe:
- Dorme bem, Pipoca... (beijo)
3 comentários:
Ai tantas mudanças ao mesmo tempo ! :-)
Acredito mesmo que estejas de rastos...
Isso passa, devagar, mas passa. A gente habitua-se a tudo :-)
Beijo grande (e solidário !)
Começo a acreditar que somos mesmo, da mesma raça.
Sabes?... eu cá tou há 10 anos afastada de tarefas remuneradas... e também vou começar a ganhar dinheiro a partir de outubro. E também me vou separar das minhas crias... e ter que as deixar ao cuidado de estranhos... isso mesmo, de estranhos, que nunca os hão-de conhecer como eu, que basta olhar nos olhinhos e já sei o que querem. Porra!... custa, não é? Beijinho de solidariedade, eheh.
Deve ser da fibra da década de 60 ;-)
Eu cá acho que cada década tem as suas particularidades.
Custa sim, muito!
Mas há que saber também deixá-los explorar sozinhos.
Não vou ter é esse pesadelo de os deixar com estranhos (felizmente).
Que tenhas um regresso suave à labuta :-)
Enviar um comentário