Aqui há dias atrás, uma das meninas perguntou-me se eu tinha um computador quando era da idade dela.
Eu sorri e respondi-lhe que a primeira vez que eu vi um (só ver mesmo), tinha eu uns 19 anos!
(um daqueles bem pesadotes, tipo canhão da I Guerra Mundial)
Ela simplesmente pasmou ao ouvir a minha resposta. Algo que para eles é uma realidade tão tangível, outrora, e não há muito tempo atrás, era algo simplesmente impensável... objecto futurístico.
Como o modo de vida muda tão velozmente.
Nestes dias que correm, onde a cibernética ocupa um lugar primordial nas nossas vidas; onde os jogos (mesmo os educacionais) promovem a isolação; foi com uma alegre surpresa que fui abordada pela Verónica a pedir-me que lhe fizesse um certo joguinho em papel (que ela viu lá na escola).
Eu nem quis acreditar, mas era exactamente um daqueles que fizeram parte da minha juventude! Como as modas escolares ultrapassam fronteiras longínquas!
Sem saber muito bem como, lá meti mãos (ou melhor dizendo, dedos) à obra, com o instinto a ajudar, lá dobrei... e dobrei... e consegui, à primeira tentativa!
Ficou deslumbrada, a pequena!
A mãe ainda mais!!
O nome é que já não me lembro. Será que alguém se recorda disto? :-)
quarta-feira, junho 30, 2004
terça-feira, junho 29, 2004
segunda-feira, junho 28, 2004
Fomos ao Mc Donalds! Ficamos todos felizes!
Aliada da melhor das boas vontades e após alguma insistência por parte dos meus pequenotes, lá acedi ao apelo e fomos lá almoçar.
Não é a primeira vez que os levo a um local deste calibre, (variedade, por estes lados, é que não falta!) mas a este, ao líder dos antros de 'junk food', nunca os tinha levado.
Só após lá entrarmos é que me apercebi a razão pela qual eles lá queriam ir.
- Eu quero o azul...
- Não...! O vermelho é mais bonito...
- ...
Neopeds!!
O mais recente brinquedinho que é oferecido aos miúdos sempre que compram uma refeição (os brinquedos são tácticamente remodelados de tempos a tempos).
Tão entretidos estavam a escolher o dito cujo, que nem me ouviam a perguntar o que queriam comer; acabando por ser eu a escolher para cada um deles.
E eu agora pergunto:
* Desde quando,para comer, é necessário oferecer brincadeiras?
Não basta ter fome?!
* É nestas crianças de hoje, habituadas a serem subornadas por um brinquedo, que
depende o futuro da sociedade?
(isto já sem focar o assunto de obesidade infantil, que daria para mais um
assunto acalorado. Num espaço de 15 anos, o número de crianças obesas neste país, triplicou!!)
- Só como se me deres "tal"...
- Só estudo se me comprares um carro...
- Só trabalho se me deres uma promoção...
E a lista seria longa.
Ou estarei a ser demasiado pessimista?
Sempre lutei contra este modo de vida, demasiado facilitada, no entanto não quero que os meus filhos o vejam como fruto proíbido, daí que cedo de longe a longe; mas eu sei que eles se apercebem, por experiência própria, do valor negativo que isto acarreta.
E então o título...?
Todos felizes? Como?!
Ora nem mais.
Eles: porque lá levaram o seu trofeuzito.
Eu: porque me deparei, no final de almoçarmos, com uma mesa ainda com comida!
A não ser por algumas batatas fritas, eles não conseguiram comer nada.
Não há cozinha que faça frente a um Cozido à Portuguesa ou Bacalhau na brasa com pimentos assados a acompanhar!
Aliás, segundo os pequenos, eu sou a melhor 'chef' do mundo! (aham)
;-)
Não é a primeira vez que os levo a um local deste calibre, (variedade, por estes lados, é que não falta!) mas a este, ao líder dos antros de 'junk food', nunca os tinha levado.
Só após lá entrarmos é que me apercebi a razão pela qual eles lá queriam ir.
- Eu quero o azul...
- Não...! O vermelho é mais bonito...
- ...
Neopeds!!
O mais recente brinquedinho que é oferecido aos miúdos sempre que compram uma refeição (os brinquedos são tácticamente remodelados de tempos a tempos).
Tão entretidos estavam a escolher o dito cujo, que nem me ouviam a perguntar o que queriam comer; acabando por ser eu a escolher para cada um deles.
E eu agora pergunto:
* Desde quando,para comer, é necessário oferecer brincadeiras?
Não basta ter fome?!
* É nestas crianças de hoje, habituadas a serem subornadas por um brinquedo, que
depende o futuro da sociedade?
(isto já sem focar o assunto de obesidade infantil, que daria para mais um
assunto acalorado. Num espaço de 15 anos, o número de crianças obesas neste país, triplicou!!)
- Só como se me deres "tal"...
- Só estudo se me comprares um carro...
- Só trabalho se me deres uma promoção...
E a lista seria longa.
Ou estarei a ser demasiado pessimista?
Sempre lutei contra este modo de vida, demasiado facilitada, no entanto não quero que os meus filhos o vejam como fruto proíbido, daí que cedo de longe a longe; mas eu sei que eles se apercebem, por experiência própria, do valor negativo que isto acarreta.
E então o título...?
Todos felizes? Como?!
Ora nem mais.
Eles: porque lá levaram o seu trofeuzito.
Eu: porque me deparei, no final de almoçarmos, com uma mesa ainda com comida!
A não ser por algumas batatas fritas, eles não conseguiram comer nada.
Não há cozinha que faça frente a um Cozido à Portuguesa ou Bacalhau na brasa com pimentos assados a acompanhar!
Aliás, segundo os pequenos, eu sou a melhor 'chef' do mundo! (aham)
;-)
sexta-feira, junho 25, 2004
quarta-feira, junho 23, 2004
Decem - The Sacred Perfection
Não sei compôr, nem sequer sou crítica musical, mas sei quando alguém merece que a sua música seja ouvida por multidões.
Desde que o ouvi pela primeira vez, apercebi-me de que nem sempre é necessária a inclusão de lírica num som para que nos apercebamos da alma de uma melodia e a saibamos 'ler' e projectar na nossa mente toda a história contida por detrás daqueles sons.
Gostaria imenso de poder partilhar com vocês algumas delas, mas como ainda não descobri como se coloca a música aqui no blog :-p, podem ouvir pequenos excertos do albúm do Vau nesta página, onde diz 'Track Listings'.
Um beijo para ti João :-)
Que um dia possamos apreciar juntos, ao vivo, a beleza do Cabo Fisterra e a rir vamos imaginar quantos nos estarão naquele momento a ver, ali de pé ao lado do farol. (lol)
terça-feira, junho 22, 2004
Intense concentration
... era o sub-título da foto que me apanhou deveras de surpresa!
Foi-me impossível formular qualquer palavra ao admirar cada contorno do seu rosto ali escarrapachado no jornal... só fui capaz de... sorrir!
Aquele rosto a quem eu um dia, há 7 anos e pico, olhei bem de perto, por entre a escuridão dum quarto de hospital... ainda com poucas horas de vida... e lhe segredei bem baixinho, um segredo que agora fica também entre tu que me lês e eu:
- Havemos de ser a melhor amiga uma da outra!
Por incrível que pareça, 13 mêses mais tarde, estaria eu a repetir estas mesmas palavras, neste mesmo quarto (!).
Espero que um dia elas leiam estas palavras.
Foi-me impossível formular qualquer palavra ao admirar cada contorno do seu rosto ali escarrapachado no jornal... só fui capaz de... sorrir!
Aquele rosto a quem eu um dia, há 7 anos e pico, olhei bem de perto, por entre a escuridão dum quarto de hospital... ainda com poucas horas de vida... e lhe segredei bem baixinho, um segredo que agora fica também entre tu que me lês e eu:
- Havemos de ser a melhor amiga uma da outra!
Por incrível que pareça, 13 mêses mais tarde, estaria eu a repetir estas mesmas palavras, neste mesmo quarto (!).
Espero que um dia elas leiam estas palavras.
segunda-feira, junho 21, 2004
Tronco de Pessoa
Não é para comemorar o dia do seu nascimento (que por casualidade foi há bem poucos dias)... nada disso.
Só porque adoro ler este homem.
Só porque este poema me veio parar às mãos agora mesmo.
Espero que se possa ler... ali colado numa das minhas mais recentes avarias.
____________________________________________________
Para uma melhor leitura, é só aceder a esta página
Só porque adoro ler este homem.
Só porque este poema me veio parar às mãos agora mesmo.
Espero que se possa ler... ali colado numa das minhas mais recentes avarias.
____________________________________________________
Para uma melhor leitura, é só aceder a esta página
sábado, junho 19, 2004
sexta-feira, junho 18, 2004
"Quem quer filhos, que tome conta deles"
Esta era uma das frases que eu mais ouvia em pequena.
É de conhecimento comum que a sabedoria popular costuma ser muito acertada e realmente eu concordo plenamente com esta aqui.
Mas talvez nem aquelas pessoas a quem eu ouvia dizer isto, soubessem o quanto esta frase tem de valor.
Bem depressa se chegaram ao fim sete semanas de 'baby-sitting' temporário... é assustador o modo como nos apercebemos do tempo passar.
Esta oportunidade também me deu para certificar do valor negativo em enviar os filhos antes dos 5 anos, para uma ama, infantário ou algo do género.
Pela minha parte, essas instituições deixariam de existir para crianças daquela faixa etária.
Tudo o que elas vêm, sentem e lhes é transmitido até aos 5, fica permanentemente gravado nelas.
Acima de tudo, numa criança 'de infantário', fica a falta de um beijo dado pela mãe - ou pai - no momento menos esperado; a falta daquele abraço terno que se dá como conforto após uma queda; um simples olhar que se cruza com o deles e que resulta no mais doce dos sorrisos... e o cheiro da presença familiar.
É isto tudo e muito mais que lhes faltará por todo o resto das suas vidas.
E não me digam que sim, que existem amas boas e carinhosas... claro que sim.
Mas não é delas que os filhos precisam nesta dada altura e não haverá regresso ao passado para recompôr erros.
É de conhecimento comum que a sabedoria popular costuma ser muito acertada e realmente eu concordo plenamente com esta aqui.
Mas talvez nem aquelas pessoas a quem eu ouvia dizer isto, soubessem o quanto esta frase tem de valor.
Bem depressa se chegaram ao fim sete semanas de 'baby-sitting' temporário... é assustador o modo como nos apercebemos do tempo passar.
Esta oportunidade também me deu para certificar do valor negativo em enviar os filhos antes dos 5 anos, para uma ama, infantário ou algo do género.
Pela minha parte, essas instituições deixariam de existir para crianças daquela faixa etária.
Tudo o que elas vêm, sentem e lhes é transmitido até aos 5, fica permanentemente gravado nelas.
Acima de tudo, numa criança 'de infantário', fica a falta de um beijo dado pela mãe - ou pai - no momento menos esperado; a falta daquele abraço terno que se dá como conforto após uma queda; um simples olhar que se cruza com o deles e que resulta no mais doce dos sorrisos... e o cheiro da presença familiar.
É isto tudo e muito mais que lhes faltará por todo o resto das suas vidas.
E não me digam que sim, que existem amas boas e carinhosas... claro que sim.
Mas não é delas que os filhos precisam nesta dada altura e não haverá regresso ao passado para recompôr erros.
quinta-feira, junho 17, 2004
Estou em crer que existe um sentimento para o qual ainda não existe palavra que o defina.
Uma fusão de Amor com Egoísmo.
Sentimento que nos leva ao encontro de nós próprios e de um ao outro; onde nos revelamos e realizamos interiormente.
De facto os sentimentos giram livres, desprendidos das palavras e no fundo, adaptam-se, remodelam-se a um passo muito mais veloz do que as palavras que os tentam definir (em vão).
Uma fusão de Amor com Egoísmo.
Sentimento que nos leva ao encontro de nós próprios e de um ao outro; onde nos revelamos e realizamos interiormente.
De facto os sentimentos giram livres, desprendidos das palavras e no fundo, adaptam-se, remodelam-se a um passo muito mais veloz do que as palavras que os tentam definir (em vão).
quarta-feira, junho 16, 2004
terça-feira, junho 08, 2004
Toma...
... não digas nada e aceita-a.
Colhia-a a pensar em ti... sem lhe tirar a vida.
A primeira deste ano.
Ainda com o orvalho da manhã.
E para quê?
Perguntarás tu.
Sei bem a razão, mas não a direi.
(tapei os ouvidos ao meu lado mais prudente - sabes bem que é pequeno - que me aconselha para um possível ignorar)
Posso me enganar mas achei que precisavas de um carinho... neste momento.
Sei bem que não vai serenar a dor em si mas quis que me sentisses por perto.
E se
precisares
de desabafar, escreve.
(nunca estive ausente)
E se
preferires
eu não respondo.
E se
aquele nosso abraço
ainda surte o mesmo efeito...
usa e abusa dele. Enrosca-te nele, estica-o, espezinha-o, enerva-te nele, faz dele gato-sapato...
e
por fim
deixa que ele te sossegue.
(Beijo a ti)
Colhia-a a pensar em ti... sem lhe tirar a vida.
A primeira deste ano.
Ainda com o orvalho da manhã.
E para quê?
Perguntarás tu.
Sei bem a razão, mas não a direi.
(tapei os ouvidos ao meu lado mais prudente - sabes bem que é pequeno - que me aconselha para um possível ignorar)
Posso me enganar mas achei que precisavas de um carinho... neste momento.
Sei bem que não vai serenar a dor em si mas quis que me sentisses por perto.
E se
precisares
de desabafar, escreve.
(nunca estive ausente)
E se
preferires
eu não respondo.
E se
aquele nosso abraço
ainda surte o mesmo efeito...
usa e abusa dele. Enrosca-te nele, estica-o, espezinha-o, enerva-te nele, faz dele gato-sapato...
e
por fim
deixa que ele te sossegue.
(Beijo a ti)
sexta-feira, junho 04, 2004
quinta-feira, junho 03, 2004
quarta-feira, junho 02, 2004
Decisões destas, sabem bem pela manhã
7:30am.
Olho-me no espelho e decido, dizendo-o em voz alta:
- Vou cortar o cabelo curto...
fazer uma tatuagem...
e um piercing no nariz! (lado esquerdo)
As duas presenças femininas que me ouvem, desatam aos gritos (não histéricos - foi um bom modo de elas despertarem).
Ao fim de uns quantos "oh no's.. please don't..." e não sei mais o quê, sai-se uma delas com esta:
J. - Maybe just the tattoo! (altos risos)
V. - How short will you cut your hair?... tattoo?!... I don't like needles... (continua a risota)
Eu - Pois não, não gostas... mas daqui a uns anitos chegas tu a casa com umas quantas pinturas marcadas no corpo... (risos)... por isso, mais vale ir-me preparando...
(em abono da verdade se diga, já há bastante tempo que quero fazer isto - lol)
Eu - Agooora... onde é que acham que eu devo fazer o tattoo? Ahh... e mais importante ainda: que vou pôr?
(os risos continuam... cada vez mais altos. Acabam por acordar os restantes habitantes que, sobressaltados, não percebem muito bem o que se passa)
J. - I think you should have a butterfly...
V. - How about a family portrait? (bursts out laughing)
E a lista continuou por mais uns largos minutos, sem mencionar sequer as escolhas que elas me sugeriram onde colocar a tatuagem...
Eu - ... o pescoço! Sim. Isso mesmo. É o lugar. O quê... ainda não sei.
Assim ficou decidido (não lhes voltei a mencionar no piercing, mas ele vai aparecer -lol) e assim começou mais um dia com esta "revigorante" conversa entre mãe e filhas!
P.S.: Esqueci de lhes dizer que é bem provável que a cor mude também. (e não vai ser para uma das tidas como "normais")
Será que me vão querer exorcizar? (lol)
Olho-me no espelho e decido, dizendo-o em voz alta:
- Vou cortar o cabelo curto...
fazer uma tatuagem...
e um piercing no nariz! (lado esquerdo)
As duas presenças femininas que me ouvem, desatam aos gritos (não histéricos - foi um bom modo de elas despertarem).
Ao fim de uns quantos "oh no's.. please don't..." e não sei mais o quê, sai-se uma delas com esta:
J. - Maybe just the tattoo! (altos risos)
V. - How short will you cut your hair?... tattoo?!... I don't like needles... (continua a risota)
Eu - Pois não, não gostas... mas daqui a uns anitos chegas tu a casa com umas quantas pinturas marcadas no corpo... (risos)... por isso, mais vale ir-me preparando...
(em abono da verdade se diga, já há bastante tempo que quero fazer isto - lol)
Eu - Agooora... onde é que acham que eu devo fazer o tattoo? Ahh... e mais importante ainda: que vou pôr?
(os risos continuam... cada vez mais altos. Acabam por acordar os restantes habitantes que, sobressaltados, não percebem muito bem o que se passa)
J. - I think you should have a butterfly...
V. - How about a family portrait? (bursts out laughing)
E a lista continuou por mais uns largos minutos, sem mencionar sequer as escolhas que elas me sugeriram onde colocar a tatuagem...
Eu - ... o pescoço! Sim. Isso mesmo. É o lugar. O quê... ainda não sei.
Assim ficou decidido (não lhes voltei a mencionar no piercing, mas ele vai aparecer -lol) e assim começou mais um dia com esta "revigorante" conversa entre mãe e filhas!
P.S.: Esqueci de lhes dizer que é bem provável que a cor mude também. (e não vai ser para uma das tidas como "normais")
Será que me vão querer exorcizar? (lol)
terça-feira, junho 01, 2004
As comodidades do dia-a-dia tornam-me cada vez mais preguiçosa física e mentalmente.
Faz-me bem fugir delas.
Durante 3 dias, apenas duas pequenas "extravagâncias":
- uma torneira de água fria a 200 metros;
- uma retrete (sim, retrete!) de fazer inveja ao esgoto de Shawshank Redemption.
Todo o resto, foram preciosidades ímpares:
- um filhote de raposa que nos espreita com medo;
- visitantes nocturnos de 4 patas à procura de restos de comida;
- as sombras nocturnas de um espaço sem electrões;
- o fogo ateado contido num espaço seguro;
- o cheiro a fumo pela manhã;
- dois veados que surgem no meio da vegetação, comendo tranquilamente;
- andar descalça na erva molhada;
- um arco-íris a surgir por detrás do arvoredo (após 3 dias de chuva);
- o gargalhar contínuo das crianças...
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