segunda-feira, março 01, 2004

Parede

(do Lat. parete, por pariete)

s. f.,
muro de pedra, cal e areia;
muro que forma o exterior de um edifício;

fig.,
barreira;
obstáculo.

Esta é a definição comummente formulada por qualquer dicionário que nos venha parar às mãos.
No entanto, não nos devíamos restringir somente ao que nos é de mais fácil compreensão; sabendo por vivência própria que, se deixarmos a imaginação rasgar os limites, vimos a constatar que a realidade é tão elástica quanto mais o instrumento que nos leva à compreensão dessa mesma.

Deparamo-nos com variados tipos de paredes, no decorrer dos nossos dias.
Há-os que o são de livre vontade, por imposição própria; felizes por assim o serem; não obstante as vezes que a tentemos atravessar, são tentativas
infrutíferas, que só nos deixam esgotados, com sabor amargo de derrota.

Há-os também aqueles que o decidem ser, vendo-a como um refúgio, uma
tentativa de restauro de si mesmo.
A estes, contudo, por várias vezes é possível o atingir. O permeável da estrutura assim o permite... permite a entrada.
E a saída?
Aqui, sentimos de novo o sabor da derrota. A pior das derrotas.
Uma vez que nos assimila mas não permite que o façamos a seu respeito. (para se auto-proteger, estou ciente disso)
Existem muitas outras paredes. Inútil divagar sobre isso por muito mais tempo.
Cansada como me sinto de procurar me fazer sentir e ouvir; daí a minha resolução em utilizar "Inflexão" como parede de desabafos.
Pelo menos desta sei que não posso contar com nada mais que uma passível existência.
- o deixar que imprima nela o que de mim teme mas insiste em sair.

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