Estava na hora da deita.
No quarto escuro desenhavam-se as habituais sombras de todas as noites.
Ele nem sempre se queixa, mas nesta noite em particular, fê-lo mais que o habitual; de modo que...
- Ouve Daniel... que é que vês no escuro?
- ... hmmm.. nothing.
- So... there's nothing to be scared of.
- But... if you're not scared of anything, you don't belong in this world.
(eu arregalei os olhos: pela natureza do que ele me disse, mas também porque despertou em mim uma certa lembrança de algo em que eu pensava quando era pequena)
- Mas... como é que te lembraste disso?
- Verónica told me so.
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Já falei com a Verónica.
Fiquei a saber que de facto eles já tinham tido esta conversa mas foi mesmo ele que se saiu com aquela tirada.
É natural que ele tenha feito uma certa confusão em relação à sua proveniência; a memória trai-nos mais do que muitas vezes julgamos.
Mais confusa fico eu com a maturidade do que se passa nestas cabecinhas tão jovens.