A quem possa interessar, informo que vou passar a publicar no Flickr a maioria das fotos que capto. Retratos diários, outros não tão diários, da vida que aqui se tece por terras que se dizem de Champlain.
quarta-feira, janeiro 31, 2007
domingo, janeiro 28, 2007
sexta-feira, janeiro 26, 2007
quarta-feira, janeiro 24, 2007
Por tudo o que deixei de te dizer.
Celebro-te hoje, sentados os dois que estamos na toalha axadrezada. Vejo-te como naquele dia, não de pernas cruzadas, mas de joelho flectido, um só, a apoiar o cotovelo que te ampara o rosto; um rosto mergulhado em beleza.
Por tudo o que somos, ainda, um para o outro.
Com amor [e um beijo de borboleta],
m.
quinta-feira, janeiro 18, 2007
Para remissão dos meus pecados - linguísticos - aqui fica esta nota a informar que me sinto corrigida nas passagens que se seguem, por Um grilo falante e chato te (me) perseguiu à pedrada. São rectificações com aspecto de adenda permanente.
(muitas mais virão)
Escreve-se:
Expectantes
Prática
sexta-feira, janeiro 12, 2007
Nojo.
Asco.
Náusea.
Enfado.
Repugnância.
E muitos, muitos outros pleonasmos que me completem este demente estado em que se encontra este assunto.
É tudo isto que sinto ao ler, reler, e vomitar de ler tantas merdas que defecam pela bloguística fora.
Eu pensei assim, Eu não me vou chatear com isto, É deixá-los no seu mundinho minúsculo de hipocrisia... Mas caralho, porque não juntar a minha - merda - à dos outros? Juntos tornaremos este mundo, quiçá, mais fértil.
Eu até acho muuuuito bem que estampem com um gordo SIM nessa sociedade machista em que vivemos e apodrecemos. Acho, pois. O que não nos falta é vontade de muitos sins (got the joke? lol espero bem que sim).
Se eu fosse a votar, talvez até votasse nesse SIM. Porque afinal, não é por ganhar o Não que essa práctica deixa de existir. Agooora... no aborto, é que eu não acredito.
Passa-me qualquer coisa ao lado de despercebido, de certeza. É que, ainda não compreendi muito bem essa cena das 10 semanas e o caraças. Ou seja, que importância faz com 1, 10 ou 30?
Aceitar um aborto com as tais 10, continua a significar, para mim, a negação da própria existência ao 1, 10 ou 30 anos!
Não me fodam!
Nem me venham com conversas de
Recuso que o meu corpo seja discutido!
Recuso que o meu corpo seja debatido!
Recuso que o meu corpo seja ofendido
... porque no fundo, bem no fundo, não é sequer o abortar que está em causa:
É a ignorância.
Quais violações, prostitutas, toxicodependentes, quais quê. É a vil e comezinha ignorância que se alastra sem que se lhe consiga pôr cobro.
Pois bem, aqui vos deixo com a minha contribuição para esse amontoado enorme que medra descomunalmente por essas vidas fora.
quinta-feira, janeiro 11, 2007
Três bandas subiram ao palco.
Duas de aquecimento e a última, a Tal, a que todos vieram ouvir.
A primeira, bastante fraca, Black Maria de seu nome e black, acho eu, o seu futuro. Tinha à sua disposição uma ridícula porção de palco, uma ninharia de espaço para mostrar o que valem - devo dizer que foi o espaço que lhe é merecido. Acabada esta exibição, retiram os seus instrumentos, vazam uns bons metros na plataforma, e, agora sim, sente-se um estranho rugir na audiência, um certo vibrar que até então estava ausente - nos primeiros minutos, cheguei a pensar que a noite seria um fiasco -, e aterra em campo, ou melhor seria dizer, no rinque gelado (coberto, é óbvio), um falcão loiro vestido de preto, desafiador, com o pé pousado num dos artefactos musicais e o cotovelo no seu joelho, enquanto proferiu madafaca's suficientes para fazer corar uma plateia inteira de sexagenárias em 2 segundos. Mas esta sim, aqueceu o povo (e os meus pés que já começavam a sentir o gelo que atravessava a madeira), Corey Taylor levou a multidão ao rubro; fartou-se de lhes (e me) dar banho após uma golada mais espirrada que bebida. É uma sensação inesquecível, esta de estar tão perto do palco, a escassos cinco metros, dava até para ler as tatuagens do vocalista!
Mais espaço ganho ao palco.
Eis que chegam.
Trazem com eles um pesado fardo de sucessos e é com isso que fazem a noite. Como presença de palco, achei-os bastante moles, jogo de luzes e truques visuais ficam aquém do meu desejado. A Amy, encontrei-a uma criatura reservada, tímida diria até, em falar publicamente, em comunicar com o público. Das poucas vezes que se nos dirigiu, fazia-o muito depressa, como se achasse que nos aborrecia com isso. Boring talker, disse-se ela, e eu não concordo. Para compensar, dá tudo de si no que escreve e quando canta, encanta! poderia eu aqui colocar para terminar a rimar. E foi assim. Uma noite que se verteria mágica numa outra altura, num outro mundo, mas que conseguiu atingir o seu ponto irreal a escassos minutos do final quando...
terça-feira, janeiro 09, 2007
A ampulheta descansa nos meandros do tempo.
Parar o tempo: um desejo do mortal quando se esquece da sua qualidade de deus.
Dedicado a alguém com muito poucas dificuldades de comunicação, neste dia 9, Janeiro.
Sexta-feira 5,
O dia 10 aproxima-se e eu deixo-me boiar indecisa nos minutos que as horas têm; embalo-me neles como quem espera acordar de um sonho em branco, sem recordar que passou esse dia sequer. Adio a decisão de ir, porque o querer é mesmo esse, Ir.
É o peso da espectativa acumulada este tempo todo desde que o soube que me amedronta.
Tenho medo de como irei reagir ali, ao sabor daquelas ondas, porque me desconheço naquele determinado ambiente e também porque já espero demais.
Por isso peço sinais de fora.
Coloco o meu destino nas mãos de entidades desconhecidas - troco o desconhecido a troco de outro do mesmo valor. Louca!
Regresso a casa do trabalho, madrugada diferente esta: a bruma encanta e enfeitiça os passeios, as ruelas, edifícios, e tudo pertence a um mundo diferente esta noite. Talvez por isso mesmo, escolho aquela rota menos usual, a mais longa, a que ladeia o rio, a mais adequada neste enquadramento. Só se vêm as luzes dos candeeiros que, de par em par, a cada dez, vinte metros, acompanham-me silenciosos, vão-se vergando à medida que os passo, Boa noite, dizem-me eles pesarosos. Tudo é breu, excepto pelo triângulo que se perpétua continuamente defronte dos meus olhos formado por estas luzes que flutuam, dir-se-ia, no nada, sem apoio, e eu conduzo nessa estrada apoiada nelas.
Haunted, como som de fundo. Perfeito.
Semáforo vermelho, páro por minutos, prestes a emergir numa estrada mais movimentada, menos assombrada, mais desfasada, menos em mim. Dou pela hora, 1:01.
Sempre veio o tal sinal, Hello (m), don't cry, I'm still here all that's left of yesterday...
segunda-feira, janeiro 01, 2007
1 de Janeiro 2007, 3:33am comecei a ler O Ano da Morte de Ricardo Reis e a imagem do primeiro segundo do ano regressa cinzenta, a cheirar a queimado e o medo de ser levada, pior, que mos levem, na explosão.
Pelas 6:48am acorda-me o telefone de algum sonho indiscreto, número encoberto, só me deixou proferir dois Hello, não ditos de seguida, espaçados por breves segundos. Tira-me o sono e nem me deixa sequer desejar Bom Ano!, tal a pressa em que desligou; e o sono regressa quando penso no quarto que também eu quero ter de janelas amplas com vista para o rio. Qualquer rio. Qualquer? Não.