Entre o fim e o começo, existe o pequeno rasgo onde as infinitas possibilidades estão em alvoroço, saltitantes, espectantes, afervoradas.
Escolhe-me... Escolhe-me... Escolhe-me...
domingo, dezembro 31, 2006
Lentes - Final
Cheque em branco
Comecei o ano com um arco-íris estampado no rosto. Ao longo do percurso, as cores foram-se esvaindo, hoje, só o arco permanece.
A noite de 31 para o 1º dia do ano novo, sempre se me afigurou de mágica. Tão mágica que ainda hoje espero por tal passe que me deixe assombrada.
(nunca fiz tal, mas amanhã apetece-me listar o balanço do ano que passou)
Também não será esta a noite em que vou concretizar o meu desejo de perfeita comemoração da morte e renascimento: Celebrar a continuidade.
(durante o correr do ano, existe a continuidade materializada; esta noite seria portanto o momento ideal para que se parasse e exaltasse tal 'materialismo')
USAGE: Apply on face, hands and entire body:
Honestidade.
Usem-na no vosso e no dos outros. Sejam mais honestos do que a própria consciência vos dita.
É o que vos - e me - desejo para 2007.
sexta-feira, dezembro 29, 2006
Entre pescadores
Disse-me ele que, quando lá voltasse, não perdesse o rodovalho. O que ele não sabia é que eu já lá fui musa piscatória.
Nem dois minutos o isco esteve na água, e cá veio ele...
Cabo Carvoeiro, 2006
Não deve ser rodovalho, mas...
quinta-feira, dezembro 28, 2006
domingo, dezembro 24, 2006
sexta-feira, dezembro 22, 2006
Dúvida
Sei que me prendo a pormenores ridídulos e a eles me atraio como polaridade negativa, mas... saberá alguém explicar-me semelhante parafuso:
Orientação religiosa : Ateu Não praticante
segunda-feira, dezembro 18, 2006
Da mala para fora
Não vejo qual é o prazer que têm certas pessoas em vestir roupa completamente encharcada com cheiro a naftalina, principalmente quando, nos dias que correm, a maior parte das etiquetas reza poliéster.
Mas mais grave ainda é quando essa mesma roupa encharcada serviu para acolchoar caixas de broínhas numa viagem transatlântica.
Isso, sim, ultrapassa o ridículo da primeira cena.
Arrghhh! Que sabor horrível...
domingo, dezembro 17, 2006
Operação "Nariz Vermelho"
Versão 1:
- Atão... vai mais uma?
- Epá, é melhor não, vou conduzir.
Versão 2:
- Oh Manel, bebes outra?
- Hmmm, se calhar não. Sabes que vou caminhar.
Portanto, já deviam saber: Nesta quadra que atravessamos, se beberem -- demasiado --, não saiam do local onde se encontram.
quinta-feira, dezembro 14, 2006
quinta-feira, dezembro 07, 2006
Com Scorpions como som de fundo
... e uma lebre a fugir diante dos faróis do carro, escuridão a envolvê-la, e duas pesadas galochas a tentar surripiá-la à natureza.
Aí pelos oitenta, meados de. Era o ano das viagens intermináveis a Espanha, apesar de já não ser o tempo da carne de vaca barata escondida debaixo do assento do carro, ou do azeite quase de borla, mas também mais oleado. Não. Não era esse tipo de ano. Isso tinha sido um pouco antes.
Era o ano do esconderijo lá para o cume de Manzaneda, a Cabeza esbranquiçada, local onde minha mãe pediu que nos calassemos pois queria ouvir o silêncio. Ano das vacas arremessadas para o monte de manhãzinha bem cedinho naquele Estio de espigar o cabelo durante o pico do dia e só voltarem pela noitinha, preguiçosas, calmeironas.
Merenda parca. Corpo mingado. Ano do trevo de quatro folhas.
Ano do ninho invadido por estas mãos descuidadas, e dos quatro passarinhos que passaram a comer minhocas apanhadas por estas mesmas com mais cuidado.
Em abono da verdade também digo: Nem sei se realmente foi um só ano, ou menos, ou mais, mas foi sim, recheado.
Até a minha vizinha aprendeu uma lição. De olhos esbugalhados, mãos entrelaçadas por sobre o regaço negro de viúva secular, espanta-se e nós de seguida o ficamos, Não percebo como é possível? Esta gente nunca me viu mas todos sabem o meu nome!.
O seu nome: (Zul)mira.
Ali devias ter ficado, Pai. Talvez com essa decisão não tomada ainda estivesses no meio de nós. As saudades de ti doem.
segunda-feira, dezembro 04, 2006
No sentir e aprender
Quando se é mãe, não faltam motivos para que nos sintamos como um balão prestes a explodir de alegria. Mas pelo meio de todos esses fenómenos que vão empolando ao calhas pela nossa vida fora, existem dois momentos, até à data, que não requerem sequer uma impressão a papel para o futuro, pois duvido que os possa vir a esquecer.
Um deles, aquele momento em que sentimos o peso daquele volume que transportamos durante largos meses a ser transferido para o exterior do colo, ser colocado aqui bem perto do peito onde lhe sentimos, finalmente, a respiração.
O outro é aquele dia em que, de repente, damos conta que os nossos rebentos ganham manejo próprio e coordenam, por si mesmos, o visual com a fala e começam a ler. É como se as rédeas lhes tivessem sido passadas para as suas mãozitas naquela primeira vez que tal sucede.
Esta semana foi o David. O último e, talvez por essa razão, o mais precoce. Porque não o esperava de todo, fiquei alarmada com tal procedimento até e penso se me está a faltar o tempo habitual que costumava passar com eles.
A partir de agora já posso retirar o Scrabble do armário onde tem estado escondido .
Abrir janelas
Foi criado com o objectivo de ser mais do que um trabalho a dois, no entanto, o tempo não lhe tem estado de feição, adiando cada vez mais a sua apresentação, e colocando-o este tempo todo na penumbra.
A quem esteja interessado em se juntar, será um enorme prazer abrir as portas do