sexta-feira, julho 02, 2004

1 Julho - dia de júbilo vermelho e branco

Presumo que todos os países tenham um dia nacional, onde se pretende clamar patriotismo em cada esquina de rua.
Pois bem, o dia 1 de Julho, é o dia deste.

Pela primeira vez que aqui estou, decidi fazer como tantos milhares: passar o dia na baixa, ouvir uns sons ao vivo e colmatar com o habitual fogo de artifício (este sim, costumo ver todos os anos).

Sinceramente, não consigo ter motivo de orgulho, nenhum patriotismo ao olhar esta bandeira desfraldar-se ao vento, nem o pescoço se arrepia ao ouvir o hino.
E olhando à minha volta reparo que me rodeiam indivíduos de pelo menos uma dezena de raças diferentes mas que têm entre si algo que os unifica: a mesma dupla nacionalidade.
Mas será possível haver patriotismo mútuo em tal diversidade cultural e racial com esta?

Eu só consigo ter respeito. Só isso.



De resto vejo este dia como uma oportunidade para os jovens de se embriagarem (e não só) e portarem de modo inconsequente e ordinário; dos vendedores se aproveitarem em dobrar os preços aos produtos e uma excelente oportunidade de se darem grandes caminhadas, como aquela que eu e os pequenotes fizemos!

Apesar de eu gostar muito das luzes do fogo; este ano o ponto alto da festa foi sem dúvida por volta das 15h quando muito de repente se levantou tamanho temporal com saraivada e tudo (!)que levou as pessoas a buscarem refúgio em qualquer buraco imaginável. Como este é um país de extremos climatéricos súbitos, em poucos minutos o belo sol que fazia transformou-se nisto:


Passado cerca de uma hora, já o sol abriu de novo fazendo com que as crianças se entusiasmassem nas enormes poças de água:


Visitamos pela primeira vez o tribunal supremo, onde os miúdos se sentaram ao colo de um dos juízes - estátua, claro :-) - (o David andava a correr atrás de uns balões, não ficou na foto):


No meio de tanto rebuliço ficamos sem conseguir ouvir alguns dos nomes famosos que por lá íam actuar, mas os diversos artistas de rua que por lá havia, deram o seu tom à festa, aquele espectáculo imprevisto que me sabe bem. como este contorcionista aqui, que conseguiu fazer passar o corpo por uma raquete!


E a noite aproximou-se... procuramos um bom local para ver o fogo... assim que nos sentamos na relva o pequenito do David adormece-me nos braços extenuado; daí que me foi impossível tirar umas fotos do fogo. Fica para o ano (talvez).

Sem comentários: