quarta-feira, fevereiro 14, 2007



Entra-se-nos pelas fresta da janela, de mansinho, pela soleira da porta, enquanto dormimos, e é o que mais fazemos; vai-se instalando confortavelmente entre os peões que somos, e até nos coloca os seus braços por cima dos ombros, assim, para fazer união, isso!, tal qual um feixe que se quer juntinho, forte. É o new-look deste comportamento tão antigo quanto nós mesmos, o fascismo.
Chama-se, nos tempos que correm, Politicamente Correcto.


4 comentários:

aq disse...

Enquanto nos regermos por um sistema democrático todos estes conceitos que nos preocupamos a definir antes de uma maneira, hoje de outra, têm uma característica comum: liberdade. A liberdade de os aceitarmos ou não, tal como nos são demarcados.
Curiosamente, eu encontro no “politicamente correcto” a mesma falta de coragem que nos leva ao “socialmente aceitável”. Dou-te um exemplo: é “politicamente correcto” dizer-se agora, perante um número (de peso) percentual de 50 que se compreende e desculpabiliza uma abstenção desse valor num referendo ao aborto, como forma de “saída” para um bloqueio de decisão, ou seja, parece que é “socialmente aceitável” que numa democracia, cerca de 50% dos eleitores se desresponsabilizem do seu papel decisório (alguma razão tem que se dar a 50% da população, não é?). Andamos nós aqui a incrementar uma politica de sensibilização e de responsabilização com as nossas criancinhas, porque chegámos à conclusão que todos os males da sociedade têm que ser corrigidos de trás, e de pequenino é que se torce o pepino, e tal, e tal… para depois, lhes darmos exemplos destes… (já me desviei do assunto, num já?) :)
Beijo
PS - Agora é que eu percebi porque é que tu dormes pouco e calafetaste as janelas ;)

riacho disse...

Mas a minha questão, no fundo, é essa: Será mesmo liberdade?

Quanto à responsabilidade, daria um longo post; mas sabes bem que não sou muito dada a escritas compridas. :-)



Resposta ao PS: eh eh eh... essa foi bem cultivada e aprofundada.

aq disse...

Caramba, estás assim tão desiludida que encontras essa espécie de absolutismo nos 2 sistemas, fascista e democrático? O que eu quis dizer foi exactamente, que não nos podemos desresponsabilizar, sob pena de nos impingirem esses conceitos todos, rigidamente demarcados. Outro beijo.

riacho disse...

Não é bem isso. Nunca me poderia desiludir com algo com que nunca me iludi, não é? Só me limito a observar e pesar os resultados - e claro, ser acusada de tirar observações subjectivas, mas isso...
O que me parece haver, numa visão geral, é a necessidade de se agir em massa, e só isso já nos retira a tal liberdade de que falaste.
E não é com referendos que se atingem tais ideologias, mas nem por isso a falta de responsabilidade está ausente; é tipo vaga que não se sabe exactamente onde começa nem até onde vai.
Penso eu.


(preciso de salsa, tens? :-p )