Com o calor que me afogava ali dentro, após o frio gélido sentido enquanto esperava pelo autocarro, as pálpebras que, ou jogavam ao baloiço ou ao vai e vem das tábuas, acordaram tacitamente que, pelo menos uma delas, teria de se manter aberta. Foi durante esse concílio palpebrez que tombei a da direita - a que estava nesse momento ao serviço - no livro que a minha companheira de viagem lia: Bette Davis, The Lonely Life.
Uma curiosa ironia num autocarro repleto de gente.
E assim como o tic-tic de algum relógio que ouvimos e depreendemos por tic-tac, passei daquele pensamento a este outro - estranhas sequências se formulam cá dentro. Lembrei-me então de começar aqui uma espécie de rubrica fotográfica que retrate realidades e banalidades do meu dia-a-dia num país diferente daquele em que nasci. É bem provável que algumas delas já sejam conhecidas além-mar, mas não deixam de ser para mim dissemelhantes daquelas com que cresci e que ainda continuam agarradas à pele.
Seguem-se fotos assim que o termómetro subir.
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