O meu livro de quarto-de-banho chama-se
A Year in the Merde.
O de cabeceira tem outro nome.
"don't push your love away
don't push your love away,
the kiss of death upon the door,
that's what you get for taking home a whore.
I shouldn't say that; it doesn't sound nice,
faith removes my fear sometimes."
The Exit
1 Vimy Place, é o local.
O estado de espírito durante e após a visita é bastante diferente daquele que se tem quando se visita um Museu de Arte ou da Natureza. Pareceu-me um local de reflexão, instrospecção, sofrimento, revolta, e ao mesmo tempo de aprendizagem. A cada passo dado por entre aqueles corredores carregados de imagens aterrorizadoras com sons a fazerem-lhe parceria, o coração pulava de sobressalto e, não me foi muito fácil acalmar o David que insistiu em que fossemos embora desde o segundo em que entrou lá dentro.
As surpresas ao virar da esquina
Um pormenor do carro ''Symbol of evil''
E para que eu não me esqueça de só o voltar a lá levar daqui a uns anitos
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E tal como não foi prometido, tenho o veículo completo à espera de te ser entregue.
Com o calor que me afogava ali dentro, após o frio gélido sentido enquanto esperava pelo autocarro, as pálpebras que, ou jogavam ao baloiço ou ao vai e vem das tábuas, acordaram tacitamente que, pelo menos uma delas, teria de se manter aberta. Foi durante esse concílio palpebrez que tombei a da direita - a que estava nesse momento ao serviço - no livro que a minha companheira de viagem lia: Bette Davis, The Lonely Life.
Uma curiosa ironia num autocarro repleto de gente.
E assim como o tic-tic de algum relógio que ouvimos e depreendemos por tic-tac, passei daquele pensamento a este outro - estranhas sequências se formulam cá dentro. Lembrei-me então de começar aqui uma espécie de rubrica fotográfica que retrate realidades e banalidades do meu dia-a-dia num país diferente daquele em que nasci. É bem provável que algumas delas já sejam conhecidas além-mar, mas não deixam de ser para mim dissemelhantes daquelas com que cresci e que ainda continuam agarradas à pele.
Seguem-se fotos assim que o termómetro subir.
Assim que bati com os olhos na página frontal da MacLean's desta semana fiquei aterrorizada! Não tanto pela descrição* da foto que faz capa, mas sim pela semelhança - física e, umas linhas revista adentro, não só - que vi naquela face com uma outra bastante conhecida nesta esfera (Não me atrevo a colocar aqui o seu nome porque a fronteira é bem próxima e tal...)
* Leia-se:
THE SCARIEST MAN ON EARTH
The nuke-happy, jew-hating lunatic president of Iran
Foto daqui.
A este cenário chamo eu de persistência-absoluta. O agir destes indivíduos é, sem sombra de dúvidas, de fazer pasmar o maior dos incrédulos.
E quanto ao meu agir, assemelho-o a estas figuras que me passam na mente da Resistência Francesa da II Guerra Mundial. De uma natureza contra-persistência-absoluta. Um verdadeiro jogo de braço de ferro ou de puxar a corda.
Tudo isto começou com um jogo: A completação de um simples puzzle.
Isso levou-me às galerias de fotos e daí a registar uma das minhas, foi um saltinho de tesoura. A partir daí, tenho vindo a ser bombardeada por ofertas que se acabam por tornar pedidos de compra. A todas essas, sorri, virei a cara, e esperei pela próxima; geralmente mais modesta em termos de valor que a anterior. Essa bola de neve parece ter agora chegado ao seu limite com a chegada, via carteiro(!), de um convite personalizado.
E querem ver que serei mesmo eu a ser premiada com o Grande Prémio?
(dizem eles ''We're familiar with your work...'', parecem tão seguros do meu potencial. Saberão algo que não sei? Como será Las Vegas em Março...?)
5.401 quilómetros.
Naquele um, encerrar-se-á um mundo de possibilidades com asas de libelinha a pousar ao de leve na minha mão. No meu nariz.