segunda-feira, fevereiro 28, 2005

Funcho



O desmembramento, esse, é contínuo, sádicamente pausado, pautado.
Deixo que ceifem, um após outro, pedaços de mim mesma, sem vacilar.
Não (só) porque me embriaga de prazer, mas sim porque esses fragmentos nunca foram realmente meus.

E na plaina do que me restar (se restar), vou por certo compreender-me mais facilmente.
Vendo-me despojada do supérfluo, a visão tende a clarear (... não?).

sábado, fevereiro 26, 2005

Diálogo entre filha & mãe



- What are you reading?
- "Life before man"
- But... that doesn't make sense!
- (gargalhadas despregadas)


Já há bastante tempo não me ria assim tão plenamente.

sexta-feira, fevereiro 25, 2005

The switch is On


Sou filha da noite.
Sempre fui.
Desde muito jovem.
Não tanto daquela noite de farra (também, mas sem comparação com esta noite).
Mentiria se dissesse que não sei bem o que me atrai ao silencio da negrura, no entanto não o direi; é algo de que não me disponho a partilhar (por enquanto).

Embora não sendo uma criatura do frio, confesso que as mais belas noites jamais presenciadas por mim, foram aquelas que deslizaram perante os meus olhos sob um frio inumano.
Não sei se pela luminosidade existente em tal oposição teatral, se pelo desejo de ares mais cálidos... mas definitivamente pelas sombras.

Pela objectiva, nada via. Limitei-me a apontar para onde achei que devia estar.
E estava.



PS: Apeteceu-me escrever este post em caracteres webdings.


terça-feira, fevereiro 15, 2005

Time off



Não é que deva realmente interessar a alguém; serve mais como uma auto-imposição do que um aviso amigável aos que aqui me visitam.

Uma, duas, três... dias, semanas ou mêses, não sei.
Vou descansar (disto aqui).

Um beijo amigo a todos os que me têm vindo ler e ver. Até um dia destes.

Em relação ao casal de pulgas peludas...


... que atraíram o Vic, lembrei-me de salientar algo a respeito destes exemplares.

Quem não conhece Velcro®?

Esta tão versátil e indispensável ajuda no quotidiano (principalmente para quem tem filhos) emergiu após uma minuciosa observação das tais 'pulguitas'.

Corria então o ano de 1948, quando o suiço George de Mestral, após ter saído com o seu cão para um passeio pelos campos, chegaram a casa cobertos de 'burs' (quem sabe o nome disto em português?).
A partir daqui, fez-se história.

Poderão ler melhor a esse respeito em qualquer site destinado a invenções.
Esta página aqui, é um bom exemplo disso.

domingo, fevereiro 13, 2005

Lentes de Contacto - VI




domingo, fevereiro 06, 2005

Frase que me vai provocar bastantes saudades:



- Mããaa... I'm done fazering cócó!!


Daqui a uns 50 anos!!!

Lentes de Contacto - V






sábado, fevereiro 05, 2005

O Sono


O sono que desce sobre mim,
O sono mental que desce fisicamente sobre mim,
O sono universal que desce individualmente sobre mim.
Esse sono
Parecerá aos outros o sono de dormir,
O sono da vontade de dormir,
O sono de ser sono.
Mas é mais, mais de dentro, mais de cima:
E o sono da soma de todas as desilusões,
É o sono da síntese de todas as desesperanças,
É o sono de haver mundo comigo lá dentro
Sem que eu houvesse contribuído em nada para isso.
O sono que desce sobre mim
É contudo como todos os sonos.
O cansaço tem ao menos brandura,
O abatimento tem ao menos sossego,
A rendição é ao menos o fim do esforço,
O fim é ao menos o já não haver que esperar.
Há um som de abrir uma janela,
Viro indiferente a cabeça para a esquerda
Por sobre o ombro que a sente,
Olho pela janela entreaberta:
A rapariga do segundo andar de defronte
Debruça-se com os olhos azuis à procura de alguém.
De quem? Pergunta a minha indiferença.
E tudo isso é sono.
Meu Deus, tanto sono! ...


Álvaro de Campos

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Com preguiça da outra e com muito deste sono.

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quinta-feira, fevereiro 03, 2005

Lentes de Contacto - IV



quarta-feira, fevereiro 02, 2005

Icewine


(o primeiro copo vai para o DervixeRodopiante, que me avivou a memória em relação a este assunto)

Uma nova tradição canadiana com origem na Alemanha.
Como quase todas as boas descobertas, esta também teve um nascimento um tanto acidental.
Produtores de vinho em Franconia tornaram necessidade em virtude quando por acaso esmagaram uvas geladas e ficaram surpreendidos pelo elevado teor de açucar.
Corria então o ano de 1794 (assim dizem os entendidos).
Mas só por volta de meados de 1800 é que se começou a produzir icewine intencionalmente.

No Canadá, e em muito pequena escala, Walter Hainle produziu pela primeira vez este néctar, em 1973.
Nos dias que correm, o Canadá é o maior produtor deste vinho doce, rico e raro, vindo a maior parte da colheita da área da Península de Niagara.

Tal como o nome leva a sugerir, os cachos de uva ficam na videira até muito mais tarde e só são apanhados (de preferência antes das 10h da manhã e a uma temperatura que não exceda os -8ºC) após terem sido "aconchegados" com uma boa dose de neve e geada de inverno. Este tratamento faz com que desidrate os bagos e lhe concentre os açucares, ácidos e aromas, intensificando desse modo os sabores.

As uvas congeladas (e nunca deverá tratar-se de um congelamento artificial) são pisadas no exterior, a um frio extremo. A água contida no sumo, permanece congelada em cristais de gelo e somente umas poucas gotas de sumo concentrado é obtido.
Procede-se então à fermentação lenta do sumo, o que leva vários meses, parando naturalmente.

A título de curiosidade:
- A Ásia é o maior exportador de icewine canadiano;
- Uma garrafa de 375ml pode atingir os "seus" $300;
- No Canadá, o preço médio para uma dessa garrafitas é de $45.


Tragam os queijos, eu forneço o vinho! ;-)
... tchim, tchim