Shrew, disse-me o carteiro enquanto me estendia as cartas. Mas já segundos antes ouvi um tilintar no cérebro que me soou o nome Musaranho. O estranho caso de nomes dos quais desconhecemos a forma. A verdade é que nunca até ali tinha visto semelhante bichinho; não seria maior do que o meu dedo, o indicador.
Era uma manhã de Agosto, sol resplandecente, a cores quentes.
segunda-feira, outubro 29, 2007
terça-feira, outubro 23, 2007
quinta-feira, outubro 04, 2007
É sempre aquele reflexo maternal, ou o tal instinto, que vem ao de cima sempre que vejo crianças de bicicleta; abrando e mantenho os olhos nelas até me afastar de vez, principalmente quando reparo que os pais - neste caso a mãe, imagino eu - se encontra a uns bons vinte metros à frente dela. Dei comigo a proferir um Auuu! quando a vi estatelar-se de cara contra a parede. Doeu, com certeza. Tinha tentado enfiar a bicicleta entre a parede e um carrinho de compras desleixado em cima do passeio, mas não contou com a largura dos pedais talvez, e estes últimos devem ter roçado o tal esquecido. Noto que a mãe pára, olha por sobre o ombro, pé direito no passeio, e lhe desata um grito Brianna, come on!
Porventura não reparou que a filha se tinha magoado. Prontifico-me a parar, e estender-lhe uma voz igualmente materna, tal qual o olhar que segundos antes tinha dirigido à pequena, She hit her face against the wall...
Virou o rosto na minha direcção, em câmara lenta, e, sem me dirigir palavra, recua. Não lhe consegui ler bem o rosto. Talvez porque se me pareceu tão gélido.
Qual contraste com o lindo céu que se me deparava pela frente; a pôr-se o sol em tons quentes, e por ironia, o som que sai da rádio diz-me Picture yourself in a boat on a river With tangerine trees and marmalade skies.
Se eu disser que nas compras que tinha acabado de fazer levava marmelos
pela primeira vez em dezanove anos de vida aqui... ninguém acredita, pois não?