terça-feira, novembro 28, 2006




Um convite.
Se puderem, apareçam, e sejam os meus olhos e a minha presença.




Ou então nesta







Nesta onda








I do.
I also do.


Ao de leve, e ele voou




Acho um absurdo quando leio as queixas desenroladas daqui e dali; bolas de cotão atravessadas na goela.
Não é o país que é o carrasco em vida.
Nem tampouco se aproveita dos louros da nacionalidade após a morte do poeta.
Será que não há maneira de compreenderem que poeta - poeta que o seja - é assim mesmo?
É ele próprio que se isola durante a vida e, nessa mesma escolha pessoal, se eleva após a passagem.




sexta-feira, novembro 24, 2006

Recordando




Faruk Bommi Bulsara.
(este som apagou-se)





Too Much Love Will Kill You
By Queen
BestAudioCodes.com




quarta-feira, novembro 22, 2006

Beijo-alimento




Eu já me tinha perdido da ideia de arrematar o desafio inicial que fiz ao beijo, mas ao deparar-me agora com umas poucas linhas que resgatei para um papel preso no frigorífico, achei por bem remir a consciência. Resgatei porque esquecia, porque a mente, naquele momento, insistia em fugir.
Hoje leio-as, pela primeira vez que me lembre. No papel tinha imprimido a receita de Sonhos escrita à mão e à pressa. Sonhos. Imagine-se a casualidade do encontro.
E é isto que leio:

Dos lábios verte a saliva que um dia mastigou o alimento que nutriu o ser que brotou de nós. Assim dizem eles, os entendidos. Alguns deles.
O beijo de agora, perpetua esse chamamento ancestral de pré-mastigar os alimentos e alimentar os infantes. O beijo agora alimenta-nos a alma e dá a alimentar quem amamos.


Foi só isto que escrevi, mas mais haveria lá por dentro. Desconfio que ficou embrenhado com a manteiga e a farinha..., sem esquecer o sal.
Outros há que defendem que o beijo passional teria começado pela troca de tabaco ou resina mascados pelo macho e dado a oferecer, preso entre os seus dentes, à fêmea, que se aceitasse o pedaço mastigado, seria sinal de aceitação do amor do rapaz. Dizem eles que este ritual se verificava ali pelos lados do Vale de Ziller, na Europa Central.

De maneira que tudo isto me leva a crer que, à nascença, poucas ferramentas trazemos connosco. Mas trazemos sim. Umas duas ou três, se talvez. Que vamos aperfeiçoando à medida que crescemos. Adicionamos apetrechos àquelas que já temos; deixamos cair em desuso quando já não necessitamos; tudo mediante a interacção com o ambiente em que vivemos no momento.

Se sempre se beijou do modo como o fazemos neste presente?
Não penso. Até neste aspecto há, não sei se lhe chamaria evolução, mas há, concerteza, mudança.
Se iremos continuar a beijar deste modo?
Também não penso que isso irá acontecer.




Texto escrito com o pensamento neste filme.
Material oscular pescado
daqui.


quarta-feira, novembro 15, 2006




Este som deve acompanhar, com toda a minha certeza, a leitura da parte 1.





Parte 1




A voz. Sempre aquela voz inconfundível e o burburinho ao meu redor que me impede de a ouvir. O burburinho e os impropérios habituais carinhosos do usual minha em vez dum insensível sua que nunca o será. Porque frio e distante - o pronome. A miudagem corre e percorre uma casa que desconheço. Uma casa com paredes mornas de madeira.
E a pergunta! Falta-me descodificar a pergunta sobre o texto - mas que texto?
Vai-se a voz, não se ouve aquele tom contínuo costumeiro do final e, eis que entra nova chamada. De novo mas desta feita sem a voz. Só o tilintar das teclas de uma velha máquina de escrever. Tamborilar incessante, gaiatos que escalam paredes e procuram elevar sons, um redemoinho de melodias que me obrigam a procurar uma parte sossegada naquele recanto que me faz sentir em casa mas que o não é.
Queres ouvir o que me rodeia, o meu dia-a-dia.
Desfaz-se esta imagem, aparece uma outra ainda mais intrigante. Cheias num rio de que não me recordo ou não desejo pronunciar o nome; pessoas que o atravessam quase a nado, de regresso ao lar após o labor, e eu de carro salto com este, de um lanço, sem medir o medo estampado no meu rosto, uma parte que me afundaria, apoiando-me, ao de leve, num pedaço de madeira que flutua perdida, e me deixa aterrar em margem segura.




domingo, novembro 12, 2006




Aprendi há poucos dias atrás, uma expressão curiosa:
"Friends with benefits".

Não me admirei tanto pelo facto de desconhecer tal dizer e já me abeirar dos quarenta; mas sim por saber que de facto existem tais pessoas com esse modo de vida. Será esta uma versão remodelada, ou moderna, da mais velha profissão do mundo?




sexta-feira, novembro 10, 2006




There are always anomaliesannamollys.



terça-feira, novembro 07, 2006

Carrossel




O meu record matinal da sexta-feira passada: De olhos esbugalhados salto de um sonho para fora e fixo os bugalhos no mostrador do relógio, 8:20.
8:20!?!?
Os miúdos perderam o autocarro!
A escola começa daqui a 10 minutos!!
Hoje tenho que trabalhar fora da cidade!!!
lanches... lanches... lanches... lanches... vestir, vestir, vestir, vestir...
(o que se seguiu foi puro ilusionismo de coração a latejar entre as amígdalas)

Creio que pareci calma ao entrarmos pela porta da escola às 9h, e já mais assentada me senti quando consegui chegar a tempo ao trabalho ás 9:30 para seguir viagem dali a uma hora.

E no meio deste panorama todo, vejo a tua razão. Quando há séculos me dizias que viriam os dedos apontadores.
E que acima de todos esses dedos, veria o tal dedo a sobressair.
E vejo.




quinta-feira, novembro 02, 2006

Pintura




Abri um livro - The New Book of Knowledge, um daqueles que ainda pertencem à era pré-virtual -, à procura do Beijo. Sim, ainda o busco.
Infelizmente, o conhecimento sobre tal - o beijo - é algo que, ou não lhes interessa absolutamente, ou desconhecem a existência de tal. Ainda.
Mas felizmente, fiquei a conhecer este pintor.
Lembrei-me logo dos desenhos da Jessica - um dia destes mostro-os aqui.






Origens




Eu sei que tenho uma forte pancada por origens; desde a mais nobre à mais simples. Talvez porque seja algo que, à priori, é impossivel de termos absoluta certeza de.
A evolução dessas mesmas origens, e o conhecimento que parecemos ter a seu respeito, parece ser de muito mais fácil manejo do que o conhecimento do tal momento do parto. Nada possuimos senão uma sequência infinita de momentos causais.

Hoje virei-me para Ó pá!.

Quem teria dito isto pela primeira vez?
Devia andar tal pessoa com um galhardete na lapela: Inventorfónico, para que todos pudessemos prestar-lhe a devida homenagem. Pedir-lhe até um autógrafo na língua.
Inventor de uma das palavras mais usadas nos diálogos (e monólogos!*) portugueses.



* - Sei muito bem do que falo.







Vamos de womb a tomb. Que belo hematoma!

- O entremeio é que não encaixa p'rá rima -